SÃO PAULO, SP E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou, nesta terça-feira (11), o policial penal Marcelo de Lima pelo homicídio triplamente qualificado do cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta. O crime ocorreu no último dia 1º, durante uma discussão em um bar no entorno do Maracanã, após a primeira partida entre Flamengo e Fluminense da final do Campeonato Carioca.

Também foi oferecida denúncia contra o agente penitenciário pela tentativa de homicídio de Bruno Tonini de Moura, que segue internado. O hospital não informou o quadro de saúde do paciente, mas disse que é acompanhado por uma equipe multidisciplinar.

O advogado Angelo Máximo, que representou o policial penal na audiência de custódia, informou que não está mais no caso "por questões de foro íntimo".

O policial penal Marcelo de Lima, que não estava em serviço durante o ocorrido, foi preso em flagrante pela Polícia Militar.

A Polícia Civil tentou ouvir o agente, que negou-se prestar depoimento. Ele teve a prisão convertida em preventiva após a audiência de custódia e está em um presídio em Niterói destinado a policiais civis e penais da ativa.

Marcelo era do Grupamento de Intervenção Tática, unidade especial dedicada a atuar em rebeliões em presídios e a fazer a escolta de presos perigosos. Ele trabalha há 22 anos na Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária), sendo 18 no grupo de elite da secretaria.

A Seap informou que abriu um Procedimento Disciplinar Administrativo para apurar o envolvimento do inspetor no caso.

A 1ª Promotoria de Justiça junto ao 4º Tribunal do Júri da Capital destacou que os crimes foram cometidos por motivo torpe e fútil, impossibilitando a defesa da vítima. A denúncia pede, por fim, que o acusado seja levado a Tribunal Popular.

No documento, o promotor Fabio Vieira dos Santos afirma que o agressor colocou em risco outras pessoas que estavam no local ao efetuar "disparos de arma de fogo em plena via pública, com grande número de pessoas circulando e confraternizando".

Torcedores do Fluminense, Thiago e Bruno foram baleados no bar, que fica nas proximidades do acesso aos portões do setor sul do Maracanã. Vídeos que circularam em redes sociais mostraram que o estabelecimento estava cheio quando ao menos nove tiros são disparados e torcedores se abaixam para se proteger.

Ainda segundo a denúncia do MP, a confusão teria começado após Marcelo ofender torcedores que saíam do jogo. O policial penal, que é vascaíno, teria xingado flamenguistas de ladrão e feito uma comparação, afirmando que petistas também roubavam. A promotoria já apurava a possibilidade de a morte ter acontecido por uma discussão envolvendo política.

De acordo com os depoimentos, Thiago interpelou Marcelo sobre os xingamentos, o que teria causado um desentendimento entre ambos.

O bar onde os três estavam fica nas proximidades do acesso aos portões do setor sul do Maracanã. O lugar estava cheio após a partida entre Flamengo e Fluminense. Vídeos que circularam em redes sociais mostram o momento em que ao menos nove tiros foram disparados e torcedores se abaixaram para se proteger.

Além de cinegrafista, Thiago era diretor de fotografia e sambista. Foi um dos criadores do Samba pra Roda, grupo musical que promovia encontros aos domingos no Bar do Omar, em Santo Cristo, região central do Rio.

Em nota, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária disse que repudia todo ato de violência praticado pelos seus servidores e que será aberto um procedimento disciplinar administrativo para apurar o envolvimento do inspetor da Polícia Penal.


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