SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pedido de extradição do empresário Thiago Brennand, 42, foi aceito pelas autoridades dos Emirados Árabes Unidos. A informação, inicialmente divulgada pela TV Globo, foi confirmada pela Folha de S.Paulo neste domingo (16).

Segundo fontes do governo, a extradição foi adiantada informalmente ao governo brasileiro e deverá ser formalizada nos próximos dias.

Nos últimos dias, fontes do governo afirmaram que a extradição do empresário poderia ser tratada durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país, neste sábado (15).

Oficialmente, a Secretaria de Comunicação do governo disse que o presidente trataria "das relações bilaterais e econômicas entre os dois países" e que o caso citado "já vem tramitando e sendo tratado formalmente entre as autoridades diplomáticas brasileiras e a justiça dos Emirados".

A extradição do empresário, que tem cinco prisões preventivas decretadas pela Justiça de São Paulo, estava no radar por se tratar de uma tema da agenda bilateral.

O empresário é acusado de crimes sexuais e já foi denunciado oito vezes pelo Ministério Público de São Paulo. Há cinco mandados de prisão preventiva expedidos contra ele. Em vídeos postados nas redes sociais, sempre negou todas as acusações.

Em vídeo publicado recentemente, Brennand afirmou que pretende voltar ao Brasil, que deve desculpas a ex-advogados e a autoridades a quem ofendeu, mas diz que provavelmente será preso "injustamente".

O advogado Eduardo Leite pediu a revogação das prisões e que o nome de Brennand seja retirado da lista de foragido da Interpol. A reportagem apurou que o defensor fez a mesma solicitação em relação às cinco prisões preventivas já decretadas. Ao menos uma delas foi negado pela Justiça.

Brennand viajou para os Emirados Árabes, em setembro do ano passado, poucas horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público e é considerado foragido pela Interpol.

Ele ficou conhecido após agredir, em agosto de 2022, a modelo Alliny Helena Gomes, 37, durante discussão em uma academia de ginástica na zona oeste da capital paulista.

Anteriormente, a defesa que o representou no caso da agressão afirmou que ele compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos às autoridades e disse que os vídeos mostram que as agressões verbais foram iniciadas por Helena Gomes.

Ele já teve a prisão decretada por lesão corporal e corrupção de menores --segundo a Promotoria, teria incentivado o filho adolescente a ofender a modelo.

Por isso, foi considerado foragido e teve seu nome incluído na lista da Interpol. Assim, acabou detido em Abu Dhabi em outubro. Na ocasião, ele pagou a fiança e responde o processo de extradição em liberdade. Em novembro foi pedida a extradição do empresário, porém desde então os Emirados Arábes não haviam respondido às autoridades brasileiras.

Brennand trocou diversas vezes de advogados desde as primeiras denúncias. No início, foi representado pelo escritório Cavalcanti e Sion. Depois, passou a ser representado pelo advogado Ricardo Sayeg, que deixou o caso no início deste ano. Agora, ele segue com o advogado Eduardo Leite.

O pedido de extradição de Brennand segue seu fluxo normal, diz o Ministério da Justiça e Segurança Público. A pasta afirma ter formalizado a solicitação às autoridades dos Emirados Árabes em 4 de novembro do ano passado.

No dia 17 de março, 70 armas de Brennand foram apreendidas pela polícia. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o armamento foi encaminhado para perícia no Instituto de Criminalística e, depois, ficaria à disposição da Justiça de Porto Feliz, onde o empresário também é investigado.


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