SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os Emirados Árabes Unidos decidiram extraditar Thiago Brennand, 42, atendendo a solicitação feita pelo governo brasileiro no fim do ano passado. Há cinco mandados de prisão preventiva expedidos contra ele no Brasil.

O empresário deixou o Brasil em setembro e, logo depois, a Justiça estabeleceu o primeiro pedido de prisão preventiva foi decretada. Também foi determinado que seu nome passasse a constar da lista vermelha da Interpol, indicando que era procurado pela polícia.

No dia 14 de outubro, Brennand foi preso em Abu Dhabi, mas acabou solto logo depois de pagar fiança e informar um endereço fixo. A partir daí, qualquer saída do país precisaria ser informada às autoridades dos Emirados Árabes.

Após esse episódio, no dia 4 de novembro, o Itamaraty apresentou o pedido formal de extradição do empresário.

Segundo o Itamaraty, na ocasião o governo emirático solicitou documentos complementares para análise do caso. Estes foram encaminhados pelo Ministério das Relações Exteriores, em coordenação com o Ministério de Justiça e Segurança Pública.

Neste fim de semana, porém, o Ministério de Relações Exteriores anunciou que o pedido foi aceito. "O procedimento segue seus trâmites regularmente e ainda não há previsão de quando o extraditando chegará ao Brasil", diz a pasta.

O empresário é acusado de crimes sexuais e já foi denunciado oito vezes pelo Ministério Público de São Paulo. Em vídeos postados nas redes sociais, ele sempre negou todas as acusações.

Em um deles, publicado no início de abril, afirmou que pretendia voltar ao Brasil, que deve desculpas a ex-advogados e a autoridades a quem ofendeu, mas dizia que provavelmente será preso "injustamente".

Também neste mês, o advogado Eduardo Leite pediu a revogação das prisões e que o nome de Brennand seja retirado da lista de foragido da Interpol. A Folha de S.Paulo apurou que o defensor fez a mesma solicitação em relação as cinco prisões preventivas já decretadas. Ao menos um deles foi negado pela Justiça.

Entenda 4 dos 5 pedidos de prisão contra Brennand --os detalhes sobre o quinto ainda não foram divulgados.

Entenda 4 dos 5 pedidos de prisão contra Brennand ?os detalhes sobre o quinto ainda não foram divulgados.

1. Após a acusação de agressão a modelo Alliny Helena Gomes, Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro, horas antes da denúncia do Ministério Público. O órgão determinou que ele retornasse ao Brasil até 23 de setembro e entregasse o passaporte. Como não cumpriu a medida, ele teve a prisão preventiva decretada no dia 27 de setembro e tornou-se foragido. A viagem inicialmente foi para para Dubai, nos Emirados Árabes.

2. Logo depois, a Justiça decretou uma nova prisão contra Brennand, desta vez sob a acusação de tatuar à força e manter em cárcere privado uma mulher em Porto Feliz, no interior paulista.

3. No dia 7 de novembro, ele teve a terceira prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião, os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz.

4. No dia 6 de março, ele teve a prisão preventiva decretada após a denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.


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