A presença dos botos é uma das atrações do berçário da vida marinha da Baía de Guanabara e do seu entorno, no Rio de Janeiro. O passeio ecológico tem conquistado turistas e moradores do próprio do estado e está localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, na região metropolitana do Rio.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O presidente da Cooperativa de Catadores de Caranguejo da Baía de Guanabara, Alaildo Malafaia, tem um olhar otimista pela presença dos animais na região. “O boto escolheu a Baía de Guanabara para se alimentar. O boto é indicador de água boa, se ele resiste é porque tem muita vida ainda”, disse à Agência Brasil, antes de sair para o passeio na condução de um barco.
A transformação do local, historicamente poluído, em uma área habitada por botos-cinza foi possível com ajuda de programas como o Guardiões do Mar, que desenvolve o projeto Caranguejo Uçá, que têm garantido a recuperação do manguezal e a renda dos catadores.
Duas vezes por ano, a organização não governamental realiza um dia de limpeza na Baía de Guanabara e retira toneladas de lixo que, se permanecerem no local, impactarão a vida do berçário marinho.
Cartões-postais
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasill
Depois de passar pelos rios Guapi-Macacu e Guaraí, acompanhado por garças, colhereiros-rosa e outras aves, o barco entra na Baía de Guanabara, onde se pode avistar cartões-postais da cidade do Rio de Janeiro. Entre eles estão o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e as cadeias montanhosas da região serrana do estado, onde se localiza o Dedo de Deus. Também é possível ver os currais de pesca espalhados no espelho d'água, que garantem a renda de pescadores artesanais.
“Os índios já pescavam assim, só que eles tiravam madeira de mangue para fazer os currais e continuaram por muitos anos”, contou o presidente da Cooperativa de catadores. Ele acrescentou que a construção começou a ser feita com eucalipto e bambu, depois da criação da APA Guapi, em 1984, para inibir o desmatamento no manguezal, que anteriormente era provocado pela atuação de olarias na produção de tijolos.
Balneário
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasill
A etapa seguinte do passeio é uma visita por terra ao Píer da Piedade e à Praia do Remanso, a única com balneabilidade da Baía de Guanabara. A praia recebeu o selo internacional de preservação ambiental pela Foundation for Environmental Education. De lá, a próxima parada é a visita à Igreja de São Francisco do Croará, que tem imagens trazidas de Macau e, por isso, os santos têm características orientais. Na mesma região, uma outra atração é o Mirante de Mauá.
Estação de trem
Tânia Rêgo/Agência Brasil
O último ponto da viagem é a Guia de Pacobaíba, inaugurada em 30 de abril de 1854 como estação inicial da Estrada de Ferro Mauá. Essa é a primeira estação de trens no Brasil e atualmente é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Em 1945 recebeu então o nome de Guia de Pacobaíba, que é o local da freguesia onde está erguida. Inicialmente, havia 14,5 quilômetros de via férrea no Brasil, ligando Porto de Estrela, atualmente Porto Mauá, em direção a Petrópolis.
*A repórter e a fotógrafa viajaram a convite da Fundação Boticário