SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O desabamento de uma laje de concreto no Osasco Plaza Shopping, na Grande São Paulo, foi provocado pela oxidação dos parafusos que sustentavam a estrutura, segundo laudo da perícia feita no local.

O relatório apontou ainda indícios de infiltração no concreto. De acordo com o laudo elaborado pelo Instituto de Criminalística, inspeções periódicas poderiam ter identificado e corrigido o problema, evitando o acidente, mas administração do shopping não apresentou documentos que comprovem se a manutenção era feita, segundo a polícia.

A estrutura foi construída há cerca de dez anos, onde antes havia uma claraboia, para ampliação do estacionamento no piso superior. Em 8 de março, parte do teto acabou cedendo. Não houve feridos.

Conforme o relatório, por causa do desgaste, os parafusos não suportaram o peso dos carros, o que provocou a queda. Cinco veículos caíram na praça de alimentação do shopping, que havia sido isolada minutos antes por funcionários que notaram um gotejamento. Ninguém se feriu.

Depois do desabamento, a Prefeitura de Osasco cassou por tempo indeterminado o alvará de funcionamento do shopping, que só poderá reabrir depois de comprovar com laudos técnicos que o estabelecimento oferece segurança ao público.

"Após a apresentação dos laudos, a Defesa Civil, a Perícia Técnica da Polícia Civil e o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) devem fazer vistoria no local", disse a prefeitura.

Procurado, o Osasco Plaza Shopping declara que trabalha "de forma ininterrupta" para restabelecer o funcionamento do local e aguarda a conclusão de laudos independentes contratados para avaliar as causas do incidente.

"Importante acrescentar que todas as documentações referentes ao funcionamento do shopping estão válidas e foram entregues ao Crea, Polícia Civil, Prefeitura e Ministério Público conforme solicitado e que as obras de reparo da área afetada já foram iniciadas", afirma.

Antes de concluir a investigação, a Polícia Civil ainda precisa coletar o depoimento do engenheiro responsável pela obra. Segundo o delegado Leonardo Francisco Salem Ribeiro, do 5º DP de Osasco, o homem reside no Paraná e já foi intimado a depor por meio de carta precatória. Ainda não há, no entanto, data para que isso ocorra.

Se a responsabilidade for confirmada, os administradores do shopping poderão ser denunciados criminalmente por "causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem", previsto no artigo 256 do Código Penal. A pena prevista é de 1 a 4 anos de reclusão, além do pagamento de multa.

Já na esfera cível os responsáveis podem ser processados por danos morais e patrimoniais pelos donos dos veículos danificados e eventuais prejuízos a lojistas.


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