SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário Thiago Brennand, 43, foi encaminhado na manhã deste domingo (30) para uma unidade prisional onde ficará detido enquanto aguarda julgamento por diversos crimes sexuais dos quais é acusado. Ele foi encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste da capital.

Após passar a noite na sede da Polícia Federal em São Paulo, Brennand foi a uma audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, um procedimento que analisa se a prisão dele atendeu ao que determina a lei. Ele saiu por volta das 9h da sede da PF no bairro da Água Branca, zona oeste da capital, a poucos quilômetros do fórum. Saiu de lá nos mesmos carros da federal pouco antes de 12h.

Ele é réu em oito processos criminais e teve cinco prisões preventivas decretadas por agressões e crimes sexuais como estupro. O empresário sempre negou as denúncias.

A presença de Brennand chegou a tumultuar brevemente os corredores do fórum. O juiz Orlando Gonçalves de Castro Neto teve que fechar a porta da sala de audiência por causa da aglomeração de advogados, que estavam ali para atender outros casos, em frente à sala.

Protegendo a imagem do empresário, a viatura da PF chegou a passar na frente de carros da Polícia Militar que tinham presos em flagrante aguardando para a abertura do plantão judicial, entregando-o longe das câmeras de TVs e jornais. Segundo uma advogada que participou de uma audiência ao lado da sala de Brennand, não houve preferência na hora da audiência com o juiz ?ele aguardou no interior do fórum até a sua vez.

Ele passou por um segundo exame de corpo de delito no interior do fórum. Na entrada e na saída, usava um boné dentro do carro e puxava a camisa para esconder o rosto.

Um dos advogados de Brennand, Alexandre Queiroz, não quis informar se a defesa entrará com recurso contra a prisão. Ele disse apenas que o foco da defesa agora é prestar toda a assistência ao preso.

Brennand havia chegado ao aeroporto de Guarulhos por volta das 17h50 deste sábado (29), encerrando um período de quase oito meses em que escapou de ordens de prisão. Ele foi levado em comboio para a sede da Polícia Federal, escoltado por agentes da PF, incluindo um policial treinado em jiu-jítsu.

O desembarque em solo brasileiro concluiu o processo de extradição do empresário, que havia sido iniciado pelo governo brasileiro em novembro.

Ainda na noite do sábado, médicos legistas chegaram ao local para fazer exames no preso. Segundo um funcionário da PF, ele se comportou de forma calma na chegada à carceragem e durante sua primeira noite de volta ao Brasil.

Brennand tornou-se conhecido após agredir a modelo Alliny Helena Gomes, 37, em uma academia em São Paulo. Além disso, foi denunciado por corrupção de menor, uma vez que incentivou o filho adolescente a xingá-la.

Desde que o caso veio à tona, ao menos 15 mulheres denunciaram Thiago Brennand por crimes como estupro, cárcere privado e sequestro.

O empresário estava nos Emirados Árabes desde setembro do ano passado. Ele embarcou para o exterior poucas horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo no caso da agressão.

Após não se apresentar na data estipulada pela Justiça de São Paulo para entregar o passaporte, Brennand passou a constar na lista de procurados da Interpol. Ele foi detido em Abu Dhabi em outubro do ano passado, mas pagou fiança para responder o processo em liberdade.

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ENTENDA OS 5 PEDIDOS DE PRISÃO CONTRA BRENNAND

Os detalhes sobre o quinto pedido ainda não foram divulgados

1 - Após a acusação de agressão à modelo Alliny Helena Gomes, Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro, horas antes da denúncia do Ministério Público. O órgão determinou que ele retornasse ao Brasil até 23 de setembro e entregasse o passaporte. Como não cumpriu a medida, ele teve a prisão preventiva decretada no dia 27 de setembro e tornou-se foragido. A viagem inicialmente foi para para Dubai, nos Emirados Árabes.

2 - Logo depois, no dia 17 de outubro, a Justiça decretou nova prisão contra Brennand, desta vez sob a 2 - acusação de tatuar à força e manter em cárcere privado uma mulher em Porto Feliz, no interior paulista.

3 - No dia 7 de novembro, ele teve a terceira prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião, os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz.

4 - No dia 10 de fevereiro, o empresário teve a prisão preventiva decretada após denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.

5 - No dia 22 de março, foi decretado o quinto pedido de prisão preventiva também por estupro. A reportagem não obteve detalhes sobre a identidade da vítima deste caso.


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