RIO DE JANEIRO, RJ, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Três indígenas yanomamis foram baleados na tarde deste sábado (29) na comunidade Uxiú, dentro da terra indígena, em Roraima, em um ataque teria sido promovido por garimpeiros da região.

Lideranças indígenas locais afirmam que uma das vítimas teria morrido durante o ataque. As autoridades locais ainda não confirmam a informação.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou conhecimento da situação e vai enviar uma equipe com ministros para a região, para acompanhar de perto a situação. Partirão para o local Nísia Trindade (Saúde) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas)

Uma das vítimas seria um agente de saúde indígena.

A informação inicial sobre o ataque é de Júnior Hekurari Yanomami, presidente da associação Urihi e do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY).

Procurado, o Governo de Roraima declarou apenas que a Secretaria da Saúde foi informada da transferência dos baleados ao Hospital Geral do estado. "A equipe da unidade está de prontidão aguardando a chegada deles", disse a pasta, em nota. Não há detalhes sobre identidade das vítimas, seu estado de saúde e outras informações sobre a ocorrência.

De acordo com a liderança, as vítimas foram atacadas por garimpeiros armados. Elas foram resgatadas por profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e levados para o Centro de Referência de Saúde Indígena de Surucucu, ainda de acordo com Júnior Yanomami.

O ataque à comunidade Uxiú é o mais recente episódio de dificuldades envolvendo o povo yanomami. Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde decretou situação de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os yanomamis, após a verificação de inúmeros casos de desnutrição severa e doenças.

Na sexta-feira (28), Lula participou da cerimônia de encerramento do Acampamento Terra Livre, evento organizado por indígenas para a defesa de seus direitos constitucionais.

Na ocasião, o mandatário anunciou as primeiras homologações de terras indígenas e acrescentou que nenhuma deixará de ser demarcada até o fim de seu mandato, em 2026.

No mesmo evento, no entanto, lideranças indígenas também cobraram não apenas o cumprimento dessa promessa assim como mais recursos para a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Servidores do órgão também levantaram cartazes cobrando um plano de carreira.


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