BOA VISTA , RR (FOLHAPRESS) - O governo federal afirmou nesta segunda-feira (1º) que vai intensificar as ações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, após as ações violentas deste fim de semana.

As ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente) afirmaram em entrevista coletiva que cerca de 20% dos garimpeiros ilegais que atuavam na terra indígena persistem na ação criminosa três meses após o início da operação do governo federal a fim de acabar com o garimpo ilegal e retirar 20 mil invasores da região.

Guajajara disse que os garimpeiros que permanecem no território "estão ali para provocar esses conflitos". "Nossa preocupação é que tudo aconteça da forma mais pacífica possível. A gente não está de forma alguma incentivando esses conflitos. A gente quer amenizar essa situação. Não queremos derramamento de sangue."

No domingo (30), quatro homens foram mortos num suposto confronto com agentes da da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e do Ibama durante uma ação de repressão ao garimpo ilegal. No dia anterior, um indígena foi assassinado e outros dois baleados em ataque atribuído a invasores que permanecem na região.

Marina afirmou que as ações do governo entram numa terceira fase, intensificando as ações de inteligência para rastrear as redes de apoio ao garimpeiros que permanecem no território, bem como a repressão ostensiva, como a que culminou com quatro mortes neste domingo.

"O governo brasileiro não vai recuar face à criminalidade. As ações vão ser reforçadas. Tem uma parte [dos garimpeiros] que está resistindo violentamente. Obviamente é preciso que haja uma ação cada vez mais intensa para poder dar a resposta", disse a ministra do Meio Ambiente.

O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, afirmou que o governo não vai "ceder um milímetro no enfrentamento àqueles que desafiam a autoridade".

As autoridades federais declararam ver indícios de envolvimento de facções criminosas no suporte aos invasores que continuam na terra indígena após três meses de operação.

"A insistência em permanecer, mesmo com todos os esforços de convencimento para a saída pacífica, é uma demonstração de que existem forças muito poderosas economicamente por trás dessa ação criminosa. Porque o garimpeiro pobre, não consegue fretar uma aeronave, não tem um barco com motor potente, abastecimento de comida", disse Marina.


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