BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (2) que começará na quarta-feira o processo de expulsão de invasores da Terra Indígena Alto Rio Guamá, área de 280 mil hectares no Pará.

A operação ocorre a partir de uma decisão da Justiça de 2014, que nunca foi cumprida.

No local, vivem atualmente 2.500 indígenas e 1.600 não indígenas -incluindo madeireiros e traficantes de droga, acordo com integrantes do governo.

A ação ocorre a pedido do Ministério Público Federal do Pará. A área foi demarcada em 1993, devido à presença dos povos Tembé, Timbira e Kaapor.

De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, as famílias não indígenas que viviam no local antes da demarcação já foram identificadas e algumas, indenizadas.

A operação prevê a retirada voluntária dos invasores até 31 de maio. Depois disso, eles devem ser expulsos a força.

"Estamos trabalhando para que possa ser uma saída pacífica, tranquila, porque o conflito não interessa a ninguém. A gente não quer que aja violência, promova mais violência no território", disse a ministra Sônia Guajajara.

De acordo com a Abin, que participa da operação, a expulsão ocorrerá nos meses de maio, junho e julho.

Estão previstas ações de retirada pacífica dos invasores e posseiros, repressão a ilícitos ambientais, erradicação de áreas de cultivo de drogas, destruição e inutilização de instalações irregulares dentro da terra indígena e o monitoramento posterior a fim de evitar o retorno dos invasores.

Num gesto incomum, a agência divulgou nota sobre o tema, explicando a participação no episódio e dizendo que "relatórios de inteligência priorizaram cenário menos violentos e pautados no diálogo".


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