SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar de não serem novidade entre os procedimentos estéticos, os bioestimuladores de colágeno são motivo frequente de vídeos entre usuários das redes sociais e estão em frequenta alta nas plataformas de buscas. Segundo especialistas, existem poucas contraindicações e boa parte das pessoas podem se beneficiar do procedimento.

O colágeno é uma proteína produzida naturalmente pelo corpo humano, que ajuda na manutenção da elasticidade da pele. Contudo, fatores externos e o próprio envelhecimento levam de sua produção em algumas partes do corpo.

Karina Calbucci, especialista em cosmiatria e membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), afirma que tal redução ocorre a partir dos 30 anos, em média, com um déficit de cerca de 10% por década, causando flacidez. Os bioestimuladores buscam combater esses efeitos.

De acordo com a dermatologista, existem hoje três principais tipos de bioestimuladores: a hidroxiapatita de cálcio, o ácido poli-L-láctico e a policaprolactona. "Quando injetadas na pele, essas substâncias induzem uma inflamação controlada do local, levando à ativação de fibroblastos: células responsáveis pela produção de colágeno e elastina", indica.

Para quem o tratamento é indicado?

Calbucci afirma que uma das primeiras indicações foi para a lipoatrofia causada pelo uso de antirretrovirais por pacientes HIV positivos.

Hoje, o procedimento pode ser indicado para corredores e atletas com baixa porcentagem de gordura corporal e também para pessoas com queixas relacionadas à flacidez devido ao processo de envelhecimento.

"Além de prevenir a flacidez, gerando o famoso 'estoque de colágeno', também há melhora do contorno do rosto, atenuação de cicatrizes de acne e diminuição de queixas corporais", pontua a especialista.

O procedimento pode ser feito em pessoas mais jovens, com o objetivo de prevenção, mas também em pacientes que já têm queixas relacionadas à flacidez e outras marcas do envelhecimento.

Existem contraindicações?

Segundo Calbucci, a aplicação em áreas chamadas hiperdinâmicas, ou seja, regiões que se movimentam muito, como ao redor dos olhos ou da boca, tem maior chance de formação de nódulos

Camila Rosa, especialista em cirurgia dermatológica, afirma que os maiores riscos são em decorrência da prática por procedimento com profissionais não preparados.

"As principais causas de complicações se referem ao uso incorreto do produto, reconstituição indevida e injeção em locais contraindicados", afirma.

Por isso, é necessário que o profissional responsável pelo procedimento saiba os locais corretos para aplicar o produto. Rosa relata que os problemas "acontecem com mais frequência por distribuição incorreta de aplicação e sobrecorreção".

Se a aplicação for muito superficial, por exemplo, pode incitar a formação de nódulos.

O procedimento também não é indicado para gestantes e lactantes, e não deve ser realizado em pessoas com doenças autoimunes ou relacionadas ao colágeno.

Além disso, o paciente não pode ter infecções ativas ou acne no local em que será feita a injeção.

Como saber qual bioestimulador é melhor para mim?

Rosa afirma que a escolha da substância será feita pelo profissional responsável com base nas necessidades do paciente e no objetivo do tratamento. "Vai depender do grau de flacidez da pele, da perda natural do volume no processo de envelhecimento, da ocorrência rugas. O procedimento depende também da capacidade do organismo de cada paciente", diz.

O dermatologista Leonardo Neto, da BP (A Beneficência Portuguesa de São Paulo), afirma que as principais diferenças entre as substâncias utilizadas estão na durabilidade do procedimento e para quais partes do corpo são mais indicadas.

Segundo o especialista, a hidroxiapatita de cálcio mais conhecido pelo nome comercial Radiesse, tem efeito mais imediato, mas de menor duração. Também é uma substância indicada para corrigir a flacidez nas mãos.

Já o ácido poli-L-láctico (Sculptra) tem resultado mais demorado e maior durabilidade. Porém, todos os bioestimuladores melhoram a flacidez, sendo muito usados no rosto, pescoço e colo.

Neto garante que as substâncias utilizadas como bioestimuladores são consideradas seguras por instituições de controle nacionais e internacionais, como a FDA (agência americana reguladora de medicamentos e alimentos) e a SBD.

Contudo, a indicação dos especialistas é sempre procurar um dermatologista para avaliar qual procedimento é mais indicado em cada caso.


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