SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um grupo de policiais civis e penais participou na tarde desta terça-feira (9) de uma manifestação na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para as forças de segurança.

No último dia 2, o governador apresentou o projeto que define o aumento do salário de forma escalonada e com percentuais de reajustes diferenciados entre os cargos e as polícias Civil e Militar. Pela proposta, por exemplo, os oficiais (da PM) terão um aumento superior ao dos delegados (da Civil).

Os policiais penais, a segunda maior força de segurança do estado, estão fora do projeto.

O texto elevou ainda mais a tensão entre os agentes civis e militares, dizem representantes de ambas. O desgaste com a reação negativa contra a proposta estremeceu, inclusive, a confiança de Tarcísio no secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Capitão da reserva da PM paulista, Derrite foi quem conduziu o grupo de estudo que elaborou o projeto.

"Ninguém está reclamando do reajuste, mas da forma. Vejo que o governo dividiu ainda mais as polícias. Uns se sentiram preferidos, e outros, preteridos. Isso está gerando muita animosidade", afirmou o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais, Eduardo Becker.

Segundo ele, o perito no topo da carreira receberá, em média, um salário 30% inferior ao de um delegado e de um coronel (que são respectivamente o topo da carreira na Civil e na PM).

O texto do projeto de lei entregue por Tarcísio aos deputados prevê também um aumento superior para os militares, o que gerou revolta na Polícia Civil.

O maior percentual de reajuste para delegados, por exemplo, é de 20,7%, para aqueles em início de carreira. Já para os oficiais da PM, o aumento chega a 29%, caso de capitães e 1º tenentes. Na média, oficiais terão reajuste de 22,6%, contra 17,9% dos delegados.

Se for aprovado na Alesp, o reajuste deve contemplar mais de 150 mil integrantes das forças de segurança paulistas, incluindo profissionais das polícias Civil, Militar, Técnico-Científica e Corpo de Bombeiros, além de aposentados e pensionistas.

Desde o dia em que o texto foi apresentado pelo governo paulista, Tarcísio vem lidando com queixas de policiais e, também, de políticos de sua própria base.

Dois dias depois da entrega do projeto na Alesp, o governador já teve que recuar e eliminar o parágrafo que estabelecia uma contribuição social de 10,5% para inativos e pensionistas militares.


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