SANTOS, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça acatou nesta quarta-feira (10) o pedido da Polícia Civil de prisão temporária de Douglas William Santos da Silva, ex-cunhado da ex-namorada de Osil Vicente Guedes, linchado em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Silva é investigado como um dos três agressores de Guedes. Ele morreu no domingo (7), cinco dias depois de ser brutalmente espancado em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá.

De acordo com o delegado Fabrício Godinho, a investigação aguarda, ainda para esta quarta, parecer judicial favorável à prisão do segundo agressor identificado nas imagens, Ailton Lima dos Santos, conhecido como Yoda.

A reportagem tentou falar, por telefone e mensagem, com o advogado de Silva e com a ex-namorada da vítima, Vanessa Regina Benedito Almeida, mas não conseguiu contato. Quanto a Yoda, a polícia não informou se ele já constituiu advogado.

O terceiro envolvido também já foi identificado, mas não teve o nome revelado. Eles serão indiciados por homicídio triplamente qualificado.

"Estamos já buscando a captura do Douglas William Santos da Silva e aguardando a Justiça. São três responsáveis já identificados e duas prisões solicitadas à Justiça, sendo uma delas já expedida", disse o delegado, em entrevista.

De acordo com a polícia, em depoimento no 2º Distrito Policial de Guarujá na segunda (8), Silva confirmou estar no local no momento do crime, mas negou participação nas agressões. E disse desconhecer os responsáveis.

Segundo Rubens Eduardo Barazal Teixeira, delegado seccional de Santos (SP), o ex-cunhado afirmou trabalhar em um bar na mesma rua onde ocorreram as agressões e disse que se dirigiu até o local somente para impedir que Guedes chegasse à casa da ex-namorada.

A investigação policial aponta Silva como responsável por desferir golpes com um pedaço de madeira contra a vítima, versão também negada pelo suspeito. Ele disse ter pegado o objeto apenas para tentar evitar o linchamento, mas disse que o tomaram de suas mãos.

Golpes desferidos na cabeça da vítima provocaram traumatismo craniano e, posteriormente, morte cerebral.

HIPÓTESE DE FAKE NEWS DESCARTADA

O caso ocorreu no último dia 2. A primeira hipótese levantada pela investigação, de que Osil Guedes teria sido agredido após ser apontado como ladrão de uma moto, já foi totalmente descartada. O proprietário do veículo que a vítima usava no momento em que foi atacada disse em depoimento que conhecia Guedes e que tinha emprestado a moto para ele.

A investigação apreendeu para perícia o celular da ex-namorada, apontada como suspeita após um dos irmãos de Guedes dizer à polícia que, em uma mensagem de áudio por celular, a vítima teria relatado ter "tomado uma surra a mando" da mulher dias antes do ocorrido.

No depoimento, a ex-namorada afirmou que Guedes "estava transtornado com o fim do relacionamento". Ainda segundo ela, Guedes também teria invadido o imóvel em que ela mora e onde tem uma clínica, chegando a agredi-la.

"O que temos agora, do depoimento, é que o Osil teve uma desavença com a ex-namorada um dia antes. Ele foi à casa dela, teria a agredido e quebrado coisas no local onde mora e atende pacientes. Por isso, antes do espancamento que provocou sua morte, também teria sido agredido dias antes. Nesse momento a moto dele foi quebrada", disse Teixeira. "Era um relacionamento muito conturbado", acrescentou.

O corpo de Guedes foi velado e sepultado na terça, no Cemitério da Consolação, em Vicente de Carvalho.


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