SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A defesa dos policiais da 49º DP (São Mateus), na zona leste de São Paulo, que foram levados na madrugada de sábado (27) para a Corregedoria por suposto crime de corrupção, nega o crime e diz que a medida foi arbitrária.
A Polícia Civil passou a investigar a equipe do DP após um homem, que teria sido preso por tráfico de drogas, receber um homem que portava malote com R$ 40 mil em dinheiro vivo. As dez pessoas que estavam presentes -três policiais, o homem, cinco suspeitos e o advogado deles- foram levados à sede da Corregedoria e liberados após negar as acusações.
A defesa dos policiais diz que o dinheiro era referente aos honorários do advogado dos suspeitos. Em nota, a Corregedoria da Polícia Civil afirmou apenas que foi instaurado inquérito para investigar os policiais do DP de São Mateus por suspeita de crime de concussão -praticado por funcionário público contra a administração. "As diligências estão em andamento", diz a nota.
Segundo Raquel Reis, escrivã do DP, a ação da Corregedoria ocorreu por volta das 2h. "Na sexta-feira, cinco pessoas foram conduzidas ao DP para averiguação por suspeita de tráfico. O advogado delas chegou ao DP antes dos averiguados, pois imediatamente foi comunicado", relata.
De acordo com Reis, que registrou o caso, a condução envolveu apreensão de veículo e moto. "A Corregedoria chegou e, enquanto eu acompanhava o registro desta ocorrência, um outro policial da Corregedoria, que estava o tempo todo fora da unidade, trouxe um indivíduo que havia sido abordado fora da delegacia com uma sacola [de R$ 40 mil]. Não me foi mostrado o dinheiro nem a sacola", conta.
Mesmo tendo sido informado de que esse valor seria dos honorários para o advogado, conta a escrivã, a Corregedoria levou todo mundo que estava lá. De acordo com o advogado dos policiais investigados, Bruno Arcari, quem portava a quantia era um parente dos cinco averiguados.
Arcari afirma que o delegado da Corregedoria não havia registrado a ocorrência até as 14h de sábado, após mais de dez horas do encaminhamento. "Ainda não tive acesso ao registro, que ainda não sei se foi lavrado", declarou, neste domingo (28).
Ele reafirma que os R$ 40 mil da sacola eram referentes ao honorários do advogado de defesa das cinco pessoas suspeitas de -R$ 8.000 para cada caso.
Questionada sobre a versão da escrivã e do advogado, a Corregedoria da Polícia Civil manteve as informações repassadas no sábado, que diziam que detalhes do caso seriam preservados para não atrapalhar a investigação.
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