BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) afirmou que Dom Phillips e Bruno Pereira deveriam estar no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (5) e seriam considerados aliados do atual governo. O indigenista e o jornalista britânico foram assassinados em 5 de junho do ano passado no Vale do Javari, no Amazonas.
Lula prestou uma homenagem aos dois no evento que comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente.
"Bruno e Dom mereciam e deveriam estar aqui, neste momento em que eles teriam o governo brasileiro como aliado e não como inimigo, ao contrário do que aconteceu nos últimos quatro anos", disse, em referência ao governo de Jair Bolsonaro (PL).
E prosseguiu: "Há um ano, o assassinato brutal de que foram vítimas chocou o mundo, que passou a ver a Amazônia como uma terra sem lei e à beira da destruição, com enorme ameaça ao enfrentamento da emergência climática".
O crime completou um ano nesta semana e mobilizou manifestações no país. No Rio de Janeiro, o protesto foi marcado por críticas de que, um ano depois das mortes, não foram tomadas medidas de proteção às terras indígenas.
"Ainda estão batendo cabeça. Não tomaram providências efetivas de fato. O Estado brasileiro deve uma explicação ao mundo, porque o mundo se comoveu com esses assassinatos", disse Beto Marubo, líder da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), organização na qual Bruno também atuou.
O grupo também citou retrocessos recentes, como a aprovação do projeto de lei do marco temporal na Câmara dos Deputados e o enfraquecimento do Ministério dos Povos Indígenas, que com a aprovação da MP da Esplanada perdeu a competência pela demarcação de terras.
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