SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta quarta (7) que a Controladoria-Geral do Município pediu a prisão de guardas municipais suspeitos de cobrar taxas de segurança de moradores e comerciantes da região central onde há fluxo da cracolândia.

"Agora está na mão Ministério Público pegar os argumentos da Controladoria-Geral do Município, quais são os fundamentos para o pedido de prisão, e o Ministério Público apresentar isso à Justiça ou não", disse Nunes.

Em meio a um elogio ao comando da GCM (Guarda Civil Metropolitana), Nunes chamou de "malandros" os sete guardas já afastados e afirmou que o caso envergonha a corporação. Os agentes, afastados nesta terça (6) por desvios de conduta na região da cracolândia, estão todos lotados na Iope (Inspetoria de Operações Especiais).

Após comemorar a futura instalação na cidade de ao menos 20 mil câmeras de segurança com reconhecimento facial do programa Smart Sampa, o prefeito reconheceu que a tecnologia não será suficiente para resolver casos de extorsão.

Como noticiou a Folha, um grupo que diz controlar o tráfico de drogas no centro tem cobrado uma mensalidade de R$ 30 mil para tirar os dependentes químicos da porta dos estabelecimentos comerciais.

"Não diria que só o Smart Sampa vai resolver, é um conjunto de ações", afirmou o prefeito. "Acho que todo mundo já percebeu que estamos dispostos e com coragem de fazer esse enfrentamento, e queria frisar o 'com coragem'. Os traficantes perceberam que agora não é mais a vez deles, agora é a vez do Estado."

Nunes disse, no entanto, que desconhece que traficantes estejam extorquindo comerciantes e destacou que mais de 180 pessoas já foram presas por tráfico de drogas na região desde o início do ano.

O achaque foi confirmado à Folha por dois lojistas que aceitaram realizar os pagamentos. Outros dois empresários da região disseram terem tomado conhecimento da extorsão. Uma moradora também relatou ter sido abordada pelos criminosos.

Um integrante da Polícia Civil confirmou o modo de atuação e até mesmo o valor cobrado pelos criminosos. O mesmo agente relatou que, além das ações de traficantes, policiais civis, militares e guardas civis atuam na venda de segurança privada na região.


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