SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As bancadas do PT e do PSOL se posicionaram de maneira antagônica em votação na Câmara Municipal de São Paulo de um projeto que cria 51 cargos de supervisor para o sistema municipal de educação. Nesta terça-feira (13), durante reunião do colégio de líderes da Casa, o PT destacou a divergência.
Durante o encontro, o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), disse que não ter entendido "o voto da esquerda". Os oito vereadores do PT foram favoráveis ao projeto da gestão Ricardo Nunes (MDB), enquanto os seis do PSOL foram contrários. O texto foi aprovado com 45 votos favoráveis e 6 contrários.
Líder do PT, Senival Moura disse a Leite que se ele tivesse dito "parte da esquerda", ele concordaria. O presidente da Câmara então se corrigiu e repetiu a expressão utilizada pelo petista.
Moura diz ao Painel que a divergência com o PSOL na votação é natural e que não há qualquer problema.
"A gente entende que o projeto é bom e veio para melhorar. Ainda que não seja 100% o que esperavam os profissionais da educação, coordenadores, professores, mas atendeu a quase todas as reivindicações deles. Quisemos deixar claro que o PT votou favorável", afirma o vereador.
Para ele, as trajetórias distintas das siglas explicam as divergências de posicionamento.
"O PSOL pensa um pouco diferente do PT, o PSOL acha que não tem que votar favorável quase nada do governo e é um direito deles. E o PT, até por já ter sido governo em algumas oportunidades, pensa um pouco diferente. A gente sabe que governar esta cidade não é fácil, e que não é sempre que vamos conseguir fazer tudo da forma que querem os trabalhadores", completa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechou um acordo em 2022 segundo o qual o PT apoiaria Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições de 2024 para a Prefeitura de São Paulo. No entanto, alas do PT municipal têm manifestado resistência e defendido o lançamento de um nome do próprio partido.
Aliados de Boulos e de Ricardo Nunes, que devem se enfrentar na eleição do ano que vem, trocaram farpas na votação de terça-feira.
Segundo Toninho Vespoli, líder psolista na Casa, o voto contra foi dado não por causa da criação dos cargos, que o partido diz apoiar, mas porque outro ponto do projeto mudou a verba de locomoção que supervisores utilizam para percorrer escolas.
Atualmente, ela equivale a 10% do salário do servidor, mas mudaria para um valor fixo de R$ 700 ou R$ 1.000. Muitos funcionários acabariam tendo perda nesse montante.
"Houve também quebra de um acordo. Negociamos com o prefeito separar os dois temas, mas não cumpriram a palavra", afirma Vespoli.
Líder do governo Nunes na Câmara, Fábio Riva (PSDB) diz que o voto do PSOL foi uma antecipação da corrida eleitoral. "É fazer oposição por oposição. É um projeto importante para a cidade. O projeto foi aplaudido pelo plenário, apenas sindicatos vaiaram".
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