SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Condenada pela morte de Miguel Otávio Santana, de 5 anos, que caiu do 9º andar de um prédio de luxo em Recife (PE) em 2020, Sari Corte Real foi aprovada em uma faculdade de Medicina de Jaboatão dos Guararapes (PE).
Sentenciada a oito anos e seis meses de reclusão por abandono de incapaz com resultado em morte, a ex-primeira-dama de Tamandaré, no litoral sul pernambucano, recorre da sentença em liberdade.
Isso porque, segundo a decisão do juiz José Renato Bizerra, da 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e do Adolescente de Recife, "não há pedido algum a lhe autorizar a prisão preventiva [de Sari], a sua presunção de inocência segue até trânsito em julgado da decisão sobre o caso nas instâncias superiores em face de recurso, caso ocorra".
A mãe de Miguel, Mirtes Souza, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que o episódio pode descredibilizar o trabalho realizado pelo Poder Judiciário. "Para mim, fica uma sensação de impunidade, por isso ela decidiu fazer o curso de Medicina, pelos privilégios que ela tem, por ser branca, por ser rica, uma pessoa que vem de uma família que tem muita influência na sociedade".
Mirtes ponderou que, apesar da passividade jurídica, acredita em um desfecho justo para o processo. "Eu parei, refleti, e vou continuar acreditando na Justiça, porque não só eu, mas toda a sociedade está em cima desse caso".
Sari cuidava do menino de 5 anos, filho de sua ex-empregada, quando ele caiu do 9º andar de um prédio de luxo em Recife. Ela foi presa em flagrante por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) no dia da morte da criança, ocorrida em 2 de junho de 2020, mas liberada após pagar fiança de R$ 20 mil.
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