SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo estadual e a Prefeitura de São Paulo vão usar agentes da Operação Delegada no combate ao tráfico de drogas na cracolândia, na região central da capital paulista. Também haverá aumento no valor pago no projeto.

O convênio atual, conhecido como "bico oficial" para policiais de folga em atividades de fiscalização e segurança, deve ser modificado para permitir operações na região.

A proposta do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi aceita pela gestão Ricardo Nunes (MDB) e aguarda análise final por equipes da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

A medida foi anunciada na tarde desta quinta-feira (15) pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, em um evento com seus pares de Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

"Podemos ampliar para ações de fiscalização de hotéis clandestinos que funcionam como ponto de armazenamento de drogas e desmanches clandestinos. Toda ação de atribuição municipal que possa ser atribuída à Polícia Militar que vise combater o crime na região da cracolândia."

Está previsto um aumento de 50% na Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), conhecida como "bico oficial", e de 20% na Operação Delegada.

O secretário disse que também está montando uma força-tarefa da Polícia Civil para a região, com agentes da 4ª e da 7ª seccionais e do Denarc (Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico).

A prefeitura já havia dobrado, em fevereiro, as vagas para a Operação Delegada. Em abril, a subprefeitura da Sé anunciou o plano de posicionar agentes em 30 pontos da região central da cidade.

O secretário voltou a falar sobre o caso do homem negro de 32 anos que teve as mãos e os pés amarrados após ser detido acusado de furtar produtos em um supermercado na Vila Mariana, zona sul da capital paulista.

Segundo Derrite, "nenhum policial vai ser condenado previamente por pressão da mídia", e imagens de câmeras corporais dos policiais mostraram que ele teria tentado agredir os policiais.

"Temos testemunhas já ouvidas pela Polícia Civil, segundo essa testemunha, por 27 minutos foi para cima dos policiais e oferecia risco aos policiais e a ele próprio", disse o secretário.

Ao final do evento, o grupo dos cinco estados assinou uma carta de intenções, em que pede o fortalecimento da proteção de vítimas de crimes. O objetivo do chamado SULMasSP é integrar dados e ações entre os estados que concentram a circulação ilegal de armas e drogas no país.

"Estamos falando de 70% a 80% do mercado ilícito do Brasil que passam por esses estados."

Outro objetivo é apoiar projetos de lei como o que estabelece o fim da saída de presos e o da retomada do exame toxicológico para a progressão de pena. Outra proposta endossada pelo grupo é a do senador Sergio Moro (União-PR), que estava no evento, para punir quem planeja ataques ou ameaças a autoridades que combatem o crime organizado.

Aprovado no Senado, o projeto aguarda análise Câmara. O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sanderson (PL-RS), também estava no evento.


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