RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou a ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, 53, pelos crimes de lesão corporal, injúria e perseguição. Ela foi flagrada, em abril deste ano, agredindo um entregador em São Conrado, zona sul da cidade.
O caso foi investigado pela delegacia da Gávea, que concluiu o inquérito policial e o enviou ao Ministério Público. O advogado de Sandra, Roberto Duarte Butter, informou que não irá se manifestar neste momento porque ainda não teve acesso ao indiciamento.
No dia 9 de abril, a ex-atleta foi filmada agredindo o entregador Max Angelos dos Santos. Pelas imagens, é possível ver que a ex-atleta usa uma guia de coleira de cachorro para chicotear o trabalhador, que é negro. Na mesma ocasião, a mulher mordeu a perna de outra entregadora, Viviane Maria de Souza.
De acordo com a delegada Bianca Lima, responsável pelo caso, Sandra tem outras passagens na polícia por ameaça, lesão corporal e fraude em licitação.
No vídeo, que viralizou nas redes, a ex-jogadora de vôlei aparece xingando Santos e puxando a camisa dele. Em seguida, dá um soco na cabeça do entregador, que tenta se afastar. Depois, a mulher pega a guia do cachorro que estava com ele e a usa para atingir o homem. O entregador passou por exame no IML (Instituto Médico Legal), que confirmou hematomas causados pela agressão.
Em depoimento à polícia, Santos contou que, em ocasiões passadas, Sandra já havia xingado os entregadores que ficam na Estrada da Gávea, onde aconteceu a agressão.
A ex-atleta foi ouvida pela polícia no dia 17 de abril. Na ocasião, a defesa alegou que ela também tinha se machucado e pediu para que ela fizesse um exame de corpo de delito para avaliar possíveis lesões, o que foi acatado.
Segundo o advogado, Sandra fez o exame no dia em que prestou depoimento e foram "constatadas lesões à integridade corporal dela", mas não disse que tipo de lesão foi encontrada.
No depoimento, a ex-atleta confirmou que a confusão começou no dia 4 de abril, quando Santos passou perto dela na calçada onde os entregadores se reúnem, ao lado do prédio em que ela mora. Ela disse que o entregador havia proferido xingamentos homofóbicos contra ela e que, no dia da agressão, Santos teria a segurado com força quando ela estava discutindo com Viviane Souza, a outra entregadora agredida.
Ambas as alegações foram negadas pelo entregador.
Sandra Mathias Correia de Sá é moradora de São Conrado e tinha uma escola de vôlei na praia do Leblon, também na zona sul. Após a repercussão do caso, a licença da escolinha foi suspensa pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
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