RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou seis integrantes de um grupo de bate-bolas que estamparam o rosto do ditador alemão Adolf Hitler em suas fantasias no último Carnaval. Os autores foram indiciados pelo crime de divulgação de símbolos nazistas.
O caso, investigado pela Delegacia de Combate aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), foi encaminhado ao Ministério Público.
Durante o Carnaval, o grupo de bate-bola 'Virtual de Madureira' publicou fotos em que os participantes utilizam uma vestimenta com o rosto de Hitler na altura do peito. A imagem circulou nas redes sociais e gerou repercussão. Em nota publicada à época, o grupo pediu "desculpas a todos pelo transtorno ocorrido". Procurado nesta quinta (22), o grupo não respondeu até a publicação do texto.
O presidente da Fierj (Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro), Albert Klein, afirmou que o indiciamento dos bate-bolas é um passo "para uma sociedade democrática e livre de opressão".
"Temos acompanhado com preocupação essa e outras manifestações e agressões fundamentadas em apologia ao nazismo, pois ferem diretamente a comunidade judaica instalada na cidade do Rio de Janeiro e em outras partes do país, também outras minorias vitimadas pelas atrocidades desse discurso de ódio", afirmou Klein.
Conhecidos como clóvis, adaptação de "clown" (palhaço em inglês), os bate-bolas surgiram no começo do século 20 no Rio de Janeiro. Eles tradicionalmente se fantasiam com vestidos coloridos, mascarados, e usam uma bola para bater no chão. As estampas são temáticas e mudam a cada carnaval. Os grupos de bate-bolas são tradicionais principalmente no subúrbio do Rio de Janeiro, em bairros das zonas norte e oeste. Sua origem não é certa, mas tem influência dos portugueses e da Folia de Reis.
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