SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um jovem de 19 anos foi preso temporariamente nesta segunda-feira (26) pela suspeita de envolvimento em crimes cometidos no aplicativo Discord.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo, ele se apresentou em uma unidade policial na zona norte da capital paulista por volta do meio-dia.

A pasta disse que ele é suspeito de estar ligado a crimes ocorridos no ambiente digital. As investigações estão em andamento.

Esta é a quarta prisão relacionada a crimes cometidos no Discord. Além do jovem detido nesta segunda-feira, a SSP confirmou que outras três pessoas foram detidas na semana passada. Não foram divulgados detalhes dos casos.

O uso da plataforma por criminosos foi revelado em maio pelo Fantástico e confirmado pela Folha de S.Paulo. No aplicativo, a reportagem encontrou conteúdos que incitam a exploração sexual, pedofilia, automutilação, racismo, apologia do nazismo, maus tratos de animais e incitação a assassinatos.

No fim do ano passado, a Folha de S.Paulo acessou grupos no Discord com milhares de membros, sendo que o maior contava com mais de 3.000 integrantes, 500 online no momento do acesso. Nele, havia cenas de extrema violência, como supostos homicídios, exibidos em transmissões ao vivo.

Neste domingo (25), uma nova reportagem do Fantástico revelou casos de usuários brasileiros da plataforma que violentaram e humilharam meninas menores de idade em transmissões ao vivo.

Em maio, o Discord afirmou que trabalhava para barrar o que denominou de "conteúdo abominável". A plataforma surgiu em 2015 e se popularizou para bate-papo durante jogos online. Tudo isso circula em grupos que misturam usuários adultos com menores de 18 anos.

Os Ministérios Públicos estaduais de ao menos três estados (São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul) estão investigando a plataforma.

Além disso, a Promotoria de Santa Catarina monitora grupos criminosos que utilizam o Discord para induzir e instigar ataques a escolas, pornografia infantil, discurso de ódio, intolerância racial, religiosa e de procedência nacional. O Ministério Público Federal também apura casos de pornografia infantil.


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