SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Entre os seis municípios com as maiores densidades populacionais do Brasil, cinco estão localizados na Grande São Paulo. São eles: Taboão da Serra, Diadema, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, todos na região metropolitana da capital, como mostram os primeiros resultados do Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Junto com São João do Meriti, na região metropolitana do Rio de Janeiro, essas cidades são as únicas com mais de dez mil habitantes por quilômetro quadrado. Essa densidade é centenas de vezes maior do que a média brasileira, que considera os grandes vazios populacionais.
Em todo o país, são menos de 24 habitantes para cada quilômetro quadrado. Essa concentração de pessoas, porém, é altamente desigual.
Na região Norte, que corresponde a 45,2% do território brasileiro, a densidade é de 4,5 habitantes por quilômetro quadrado ?a menor no país. A região mais populosa é o Sudeste, que tem menos de 11% do território, com uma média de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado.
O cálculo da densidade populacional é feito com base na distribuição dos habitantes, e não apenas da sua quantidade. Enquanto as cidades com maior número de habitantes são as mais populosas, aquelas com a maior concentração de pessoas por área são as mais povoadas.
São Paulo é a cidade mais populosa do país, e é mais povoada do que outras capitais brasileiras. São 2.800 habitantes por quilômetro quadrado.
O professor Valter Caldana, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, explica que há três fatores principais que explicam a densidade populacional no Brasil: custo da terra, infraestrutura de transporte mínima e oferta de emprego e renda.
O preço dos terrenos, diz ele, é o fator mais importante ?o que ajuda a explicar a maior concentração de habitantes nas bordas da região metropolitana, não no centro de São Paulo.
"Todos os problemas urbanos nas nossas cidades, nas cidades de matriz capitalista, estão ligados à ocupação do solo", diz Caldana. "A oferta de emprego e renda às vezes está alguns quilômetros de distância [dos bairros mais adensados], mas há um sistema de transporte mínimo que possibilita o deslocamento até onde tem terra barata. E você tem a densidade lá."
No Brasil, a média de moradores por domicílio está caindo. Em 2010, eram 3,31 pessoas por lar. Agora, a média é de 2,79 habitantes por domicílio.
"Não há relação direta entre verticalização e densidade. Isso é um erro conceitual que às vezes ocorre por desconhecimento, e às vezes é um erro induzido", diz Caldana. "Favelas, por exemplo, tem densidade altíssima. Bairros onde há parcelamento do solo muito intenso têm densidade alta."
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