SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O baiacu, aquele peixe que infla e fica parecendo um balão, é um alimento bastante apreciado na culinária japonesa. No entanto, o seu consumo pode trazer riscos, já que ele libera toxinas que podem ser mortais.

Na última semana, o pinguim Zé morreu na praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, após abocanhar um peixe, provavelmente um dessa espécie.

Mas, havendo cuidados e preparo adequado, é, sim, possível que seres humanos consumam o baiacu com segurança.

O peixe tem sabor leve e suave e pode ser agradável ao paladar. Mas alguns de seus órgãos -o fígado, o baço, a vesícula biliar, as glândulas sexuais e a pele- abrigam um veneno letal.

A espécie encontrada no oceano Pacífico e consumida no Japão, por exemplo, tem maior concentração de toxinas do que a que é vista no Brasil.

No país asiático, é preciso ter uma licença para preparar o baiacu. Isso significa que os cozinheiros devem passar por treinamento específico e saber localizar a área com veneno no animal, já que a neurotoxina liberada pode causar paralisia dos nervos motores e morte por parada respiratória.

"O consumo só é seguro se ele estiver limpo, manipulado e cortado de maneira adequada", afirma a chef Telma Shiraishi, do restaurante Aizomê, em São Paulo. "O chef deve saber onde está a concentração de veneno."

No Brasil, como o peixe tem menos toxinas, quem consumi-lo com moderação não irá morrer, mas, segundo a chef, pode, sim, passar mal.

"Realmente há um risco em se consumir o baiacu. Mas existe essa adrenalina, esse gosto do perigo que faz as pessoas apreciarem tanto", afirma Shiraishi.

No Brasil, diz ela, o peixe não tem tanto apelo comercial e não é muito apreciado pelo público. São poucos os fornecedores, e por isso não é visto com tanta frequência nos restaurantes.


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