BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) disse nesta quarta-feira (5) que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ficará no cargo até quando ele quiser.
A declaração ocorre em meio à cobiça de integrantes do partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) pelo comando da pasta.
"[Vi uma notinha no jornal que] Tinha alguém reivindicando o Ministério da Saúde, eu fiz questão de ligar para a Nísia, porque eu ia viajar para fora do Brasil. Nísia, vá dormir e acorde tranquila, porque o Ministério da Saúde é do Lula, foi escolhido por mim e ficará até quando eu quiser", afirmou.
"E eu tenho certeza que poucas vezes na vida a gente teve a chance de ter uma mulher no Ministério da Saúde para cuidar do povo com coração como mãe cuida dos seus filhos", completou.
Lula foi bastante aplaudido pela plateia da cerimônia de encerramento da 17ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorre em Brasília. Em diversos momentos, Nísia foi ovacionada pelos representantes da saúde que estavam no local.
Também participaram do encontro os ministros Márcio Macedo (Secretaria-Geral), Paulo Pimenta (Secom), Camilo Santana (Educação), Esther Dweck (Gestão), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Marina Silva (Meio Ambiente). Até mesmo a ministra Daniela Carneiro (Turismo), que pode deixar a pasta ainda nesta semana, esteve no local.
Nisia ressaltou durante o discurso que a agenda da pasta é pela inclusão e desenvolvimento do Brasil.
"[Objetivo] fortalecer atenção primária, especializada, levar médico para onde precisa e levar equipes multiprofissionais", disse.
Ela afirmou ainda que o governo acompanha a situação do piso da enfermagem, garantindo nove parcelas para o ano de 2023.
O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o pagamento do piso de enfermagem aos trabalhadores do setor privado nos casos que não houver um acordo coletivo entre as partes, conforme a proclamação do resultado de julgamento feita pelo relator de uma ação sobre o assunto e presidente em exercício da corte, Luís Roberto Barroso, na noite de segunda-feira (3).
Fernando Pigotto, presidente da CNS, fez um discurso com críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), em especial pela gestão negacionista durante a pandemia da Covid-19.
"Vivenciamos a recente história político e sanitária que nos pôs à prova para enfrentar a pandemia confrontando governo genocida, que agiu para propagar o vírus e difundiu tratamentos ineficazes e desconsiderou vidas humanas", disse.
"Para que a triste história recente não mais se repita, continuaremos exigindo justiça, porque quem tirou centenas de milhares de vidas de nós não pode ficar impune diante dos crimes cometidos", afirmou ainda, enquanto o público gritava "sem anistia".
O encontro reúne cerca de 7.000 profissionais da área para discutir políticas do setor e dará suporte à elaboração do Plano Nacional de Saúde. O tema deste ano é "Garantir Direito, defender o SUS, a Vida e a Democracia - Amanhã vai ser outro dia!".
Antes mesmo de chegar, o petista era celebrado pelos participantes que entoavam no auditório músicas como "olê olê olá, Lula" e "inelegível", em referência a Bolsonaro. Também tocavam jingles do governo federal.
Durante a conferência, a ministra da Saúde anunciou investimento de R$ 414 milhões para a Rede de Atenção Psicossocial, para fortalecer políticas de saúde mental.
No encontro, o Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz e CNS lançaram também o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde.
O Mapa é uma plataforma coletiva e interativa que reunirá iniciativas práticas e saberes dos movimentos sociais no campo da saúde. O objetivo é que a ferramenta seja uma fonte para construção de redes colaborativas sobre políticas públicas.
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