SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Duas estrangeiras, uma delas, russa, denunciaram o empresário Thiago Brennand, 43, por abuso sexual e psicológico. As vítimas, que já relataram os casos às autoridades brasileiras, também disseram que ele as obrigou a tatuar suas iniciais. Elas viveram com Brennand em um imóvel dele em São Paulo, e, segundo as denúncias, eram vigiadas e proibidas de sair sozinhas.

Segundo os depoimentos das vítimas, mostrados em reportagem do Fantástico (TV Globo), Brennand explodia por motivos como cabelo desalinhado e ganho ou perda de peso.

Uma das vítimas, uma russa de 35 anos, disse que ele a estuprou e agrediu diversas vezes, além de ter pressionado para tatuá-la numa região íntima. A mulher afirmou que era constrangida a mostrar a tatuagem, com o símbolo da família dele, para visitas.

Outra mulher europeia que também se relacionou e viveu com Brennand há cerca de cinco anos em São Paulo afirmou que ele brincava que havia feito a tatuagem para "marcar território". Ela disse que, na época, com 19 anos, achou melhor se submeter a isso para que o empresário ficasse calmo.

Isso porque havia uma rotina de agressões, diz a mulher. Além de estupro, ela relatou chutes, arremesso de sapatos, sufocamento e golpes no peito e abuso psicológico --o que considera mais grave. A jovem só conseguiu voltar à Europa fugindo para o aeroporto e embarcando com uma passagem comprada pela irmã.

Segundo uma ex-funcionária de Brennand, o empresário controlava a rotina e chegava a aprovar as refeições das mulheres.

Não é a primeira vez que Brennand é acusado de forçar tatuagens. A audiência mais recente do empresário na Justiça, na última segunda (3), analisou a denúncia de que ele teria sequestrado e mantido em cárcere privado uma brasileira que vive nos Estados Unidos. Ele ainda é acusado de ter tatuado o corpo dela à força em Porto Feliz, interior de São Paulo, onde possui uma casa.

Brennand está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 de Pinheiros desde o final de abril, quando foi extraditado dos Emirados Árabes.

Ele viajou em setembro do ano passado, horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público sob a suspeita de ter agredido uma modelo em uma academia da capital --em relação a esse caso, a audiência acontecerá no dia 27 de julho.

Desde que o caso da academia tomou repercussão, ao menos outras dez mulheres denunciaram o empresário. Pelas redes sociais, Brennand sempre negou os crimes sexuais. Poucas semanas antes da extradição, ele gravou um vídeo em que dizia que seria preso injustamente. "Obviamente não estuprei ninguém. Nesse país muita gente tem sede de vingança", afirmou ele.


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