O Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - apresentou queda de 3% em maio deste ano, na comparação com abril. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (19), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em sua pesquisa Monitor do PIB.
Segundo a coordenadora do estudo, Juliana Trece, o recuo da atividade econômica brasileira no mês foi influenciado pelo fim dos principais meses de colheita da soja. Como o crescimento do PIB nos primeiros meses foi puxado pela produção do grão, o fim da colheita provocou um recuo no indicador em maio.
Juliana afirmou que mesmo que o maior responsável pela queda tenha sido a agropecuária, houve recuos também nos setores da indústria e dos serviços, influenciados pelos juros elevados.
Na comparação com maio do ano passado, no entanto, a economia cresceu 1,8%. Também houve alta de 3,5% na comparação do trimestre encerrado em maio deste ano com o mesmo período de 2022.
Consumo das famílias tem alta
A alta neste último tipo de comparação foi puxada pelo consumo das famílias, que cresceu 2,9%, e pelas exportações, que avançaram 17,2%. A formação bruta de capital fixo (investimentos) caiu 0,8% no trimestre. Já as importações, que contam negativamente para o cálculo do PIB, aumentaram 7,3%.
O monitor do PIB não é a pesquisa oficial sobre o desempenho da economia brasileira. Oficialmente, o PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado trimestralmente.
O dado mais recente do IBGE aponta que - no primeiro trimestre deste ano - a economia brasileira cresceu 1,9% na comparação com o último trimestre de 2022 e 4% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, além de ter acumulado alta de 3,3% em 12 meses.
Segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira (17), a economia brasileira deve crescer 2,24% este ano.
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