SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), irmã de Marielle Franco, disse nesta segunda-feira (24), em entrevista à GloboNews, que não acredita que o motivo do assassinato da ex-vereadora não foi apenas político.

Para Anielle, a irmã dela não foi morta por um sentimento de vingança. "Eu sigo com esperança. Eu sinto que em breve vamos ter um mandante, e o motivo. Eu não acredito que o motivo seja só por motivações políticas ou por vingança", disse a ministra.

A irmã de também classificou o avanço das investigações sob a alçada da PF como um "passo importante". "Mas eu não acredito que está encerrado. Espero que a gente possa ter um resultado à frente, e não daqui cinco anos. Não é hora de baixar a guarda, nem de a gente afirmar nada com certeza", acrescentou Anielle.

Ao longo das apurações do crime, o caso teve cinco delegados responsáveis na Polícia Civil do Rio antes ser assumido pela PF.

PF PRENDEU EX-BOMBEIRO AMIGO DE RONNIE LESSA

A PF deflagrou na manhã desta segunda a operação Élpis, com um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão no Rio de Janeiro. O alvo preso foi o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel e amigo de Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos tiros que mataram Marielle.

Após a operação, o ministro Flávio Dino disse que ela foi possível devido ao acordo de delação premiada de Élcio de Queiroz. Segundo o chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública, Queiróz assumiu que participou do assassinato de Marielle com Ronnie.

Suel participou de ações de "vigilância e acompanhamento" de Marielle antes do assassinato, e depois, ajudou a encobertar o crime, disse o ministro.

CASO MARIELLE

A vereadora do Rio Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados a tiros, em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Centro do Rio.

Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, apontados como autores dos homicídios -o primeiro teria atirado nas vítimas, e o segundo dirigia o carro que emparelhou com o da vereadora. Eles ainda não foram julgados, mas passarão por júri popular, em data ainda a ser definida pela Justiça do Rio.

Ainda não há sinalização sobre quem foi o mandante do crime. O primeiro inquérito, que concluiu a participação de Lessa e Queiroz, não conseguiu definir se eles agiram sozinhos ou a mando de alguém.


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