O presidente de Israel, Isaac Herzog, pediu calma aos dois lados de uma disputa sobre medidas para reformar o judiciário, usando a ocasião de um jejum judaico, nesta quinta-feira (27), para apelar à reconciliação, no momento em que manifestantes planejam mais protestos.
Os planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu governo de direita têm provocado meses de protestos sem precedentes e abriram uma profunda divisão na sociedade israelense, abalando a lealdade de alguns reservistas do Exército.
Agora em seu sétimo mês, a crise aumentou na segunda-feira (24) depois que o Parlamento aprovou a primeira das mudanças, reduzindo os poderes da Suprema Corte sobre a coalizão religioso-nacionalista no poder.
Manifestações a favor e contra a reforma do Judiciário foram suspensas pelo Tisha BeAv, o dia de jejum que lamenta a destruição de dois antigos templos judaicos em Jerusalém, atribuídos pela tradição a brigas internas desnecessárias.
"Faço um apelo a todos: mesmo quando a dor aumenta, devemos preservar os limites da disputa e abster-nos da violência e de medidas irreversíveis", disse o presidente Isaac Herzog, que desempenha um papel amplamente cerimonial na política israelense, em publicação no Facebook.
"Devemos imaginar nossas vidas juntos aqui – daqui a 40, 50 e 100 anos – e como cada ação impactará nossos filhos e netos e as pontes entre nós."
Grupos de vigilância política apelaram à Suprema Corte para derrubar a nova lei, abrindo caminho para um confronto sem precedentes entre os ramos do governo quando ouvir os argumentos em setembro.
A disputa legal começará já na próxima quinta-feira (3), no entanto, quando o tribunal superior ouvirá um recurso contra um projeto de lei da coalizão ratificado em março que limita as condições para remover o primeiro-ministro do cargo.
Os planos atingiram a economia ao atrair alertas de agências de crédito, provocando a fuga de investidores estrangeiros.
Os líderes do protesto dizem que um número crescente de reservistas militares decidiu parar de servir para expressar sua oposição.
Os militares reconheceram um aumento nos pedidos de retirada do serviço e disseram que será causado dano, gradualmente, à prontidão para a guerra se o não comparecimento se prolongar.
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