SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A megoperação realizada pelas forças de segurança estaduais na Baixada Santista desde sexta (28) deve durar ao menos 30 dias, de acordo com mensagens e relatos de policiais militares e delegados obtidos pela Folha.

A ação é uma resposta à morte de um soldado da Rota (a força de elite da PM paulista) no Guarujá na última quinta (27), em um crime que gerou comoção entre os agentes. A análise dentro da polícia é que o assassinato é o ápice de uma crise de segurança que atinge a região.

A cúpula da segurança pública paulista promete que haverá uma resposta contundente do governo estadual.

Até agora, segundo a polícia, cinco pessoas foram presas, sendo quatro homens e uma mulher. eles são suspeitos de participação na morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30. A PM diz ainda que três outros suspeitos foram mortos após reagirem a abordagens policiais.

Além do efetivo local, a operação deve contar com agentes de todos os 15 batalhões de operação especiais do estado, que juntos têm cerca de 3.000 PMs, além de pelotões do Choque.

Procurada, a PM confirmou não ter data para encerrar a operação no litoral e diversas unidades do estado devem participar do reforço.

A Polícia Civil também deve enviar equipes de investigação para reforçar o trabalho de identificação de criminosos que atuam na região, segundo integrantes da cúpula da segurança ouvidos pela reportagem.

Conforme oficiais ouvidos pela Folha, a situação do Guarujá é considerada muito grave. A região tem uma concentração de grupos criminosos que, frequentemente, participam de ataques a unidades policiais.

Em janeiro do ano passado, por exemplo, um grupo armado com fuzil invadiu uma delegacia do Guarujá para resgatar dois supostos líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ninguém ficou ferido, mas os criminosos atiraram contra policiais que estavam na delegacia e fecharam as ruas do entorno para evitar a aproximação de reforços da Polícia Miliar.

Além disso, em razão da topografia da região, com muitos morros, não são raros criminosos fazerem disparos contra carros da polícia em patrulhamento. Foi exatamente o que aconteceu com a viatura da Rota na qual estava o Reis. O cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya, que também estava no veículo, ficou ferido na ação.

De acordo com policiais ouvidos pela reportagem, os policiais da Rota patrulhavam as ruas da favela da Vila Zilda quando, ao adentrar em uma viela, escutaram uma série de disparos vindos do final da rua.

Era, soube-se depois, um criminoso que fazia segurança do perímetro e descarregou uma pistola 9mm. O atirador estava a mais de 50 metros de distância e, assim, nem foi visto pelos policiais, que só escutaram o barulho dos disparos.

Reis foi atingindo na axila, ponto que o colete a prova de balas não protege. Marin foi atingido na mão e está fora de perigo.

Uma grande cerimônia foi realizada nesta sexta em homenagem ao policial, que foi enterrado no Mausoléu da PM, local destinados aos mortos em combate e, assim, considerados heróis pela corporação.


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