SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O delegado titular de Guarujá (SP), Antônio Sucupira, afirmou nesta segunda-feira (31) que a polícia localizou uma arma que pode ter sido usada para matar o policial militar Patrick Bastos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), na noite da última quinta-feira (27).

Sucupira explicou que os investigadores localizaram a pistola 9 mm após receber uma denúncia anônima. Declaração foi feita em entrevista ao Brasil Urgente.

A arma estava embrulhada em uma sacola de plástico e foi encontrada uma casa no bairro de Vila Júlia, no Guarujá. "Agora vem o trabalho da perícia, vamos fazer todas as análises necessárias para ter a confirmação de que essa foi a arma que tirou a vida do policial militar", disse o delegado.

Ele detalhou que a pistola estava muito suja de barro, possivelmente no intuito de prejudicar a coleta da impressão digital. "A arma está muito suja de barro, não dá para afimar se essa sujeira vai prejudicar a coleta de impressão digital, mas todos os exames serão feitos", explicou.

O delagado disse ainda que o exame residuográfico, que pode detectar vestígios de pólvora, foi feito nas mãos dos dois suspeitos. "A localização da arma é de suma importância porque agora vamos fazer o confronto, foi colhido uma cápsula 9 mm no local dos fatos, esse exame também vai ser feito. O cerco está se fechando e o quebra-cabeça da investigação vai ser finalizado em breve", esclareceu.

MORTE DE PM E RETALIAÇÃO VIOLENTA

O soldado Patrick Reis morreu durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda na noite da quinta-feira (27).

Ele trabalhava com colegas do 1º Batalhão de Choque quando o grupo foi "atacado por criminosos armados que efetuaram disparos de arma de fogo", segundo a SSP.

Além de Patrick, um cabo também foi atingido por um tiro e levado a uma UPA da região. Ele não corre risco de morte.

Uma operação para identificar os suspeitos do crime foi iniciada ainda na quinta-feira e equipes da Segurança Pública seguiram para o litoral na sexta-feira, na Operação Escudo.

Pelo menos oito pessoas foram mortas ao longo do fim de semana e o suspeito de atirar contra o policial foi preso ontem. Antes de se entregar, ele usou as redes sociais para pedir que "parassem a matança".

A reportagem teve acesso a áudios em que moradores do Guarujá afirmam que agentes da Rota encapuzados invadiram casas nas comunidades.

Segundo os relatos, os policiais também teriam torturado um dos mortos, que estaria com marcas de queimaduras de cigarro no corpo.

Moradores acusam ainda os policiais de terem forjado flagrantes. Outro relato é de que uma das vítimas mortas seria uma pessoa com esquizofrenia.

As denúncias estão sendo acompanhadas pela Ouvidoria das polícias, pela Comissão de Direitos Humanos da Alesp e pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP.


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