RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta segunda-feira (31) quatro integrantes de um motoclube no Méier, zona norte do Rio, por suspeita de apologia do nazismo.
De acordo com o delegado Felipe Santoro, titular da 26ª DP (Todos os Santos), responsável pela investigação, os coletes dos integrantes do motoclube Satan's têm símbolos nazistas, como a sigla SS, referência a Schutzstaffel, organização paramilitar de segurança do regime liderado por Adolf Hitler.
Alexander Leôncio Barbosa e Rodrigo Espinosa Perello irão responder por porte de arma de fogo de uso restrito, posse de arma branca, adulteração de sinal de veículo, organização criminosa e crime de apologia do nazismo.
Philipe Ferreira Ferro de Lima, diretor do motoclube, responderá por prática dos delitos tráfico de drogas, organização criminosa e crime de apologia ao nazismo. Rafael Ferreira Santos, outro integrante do grupo, também foi preso por suspeita de crime de apologia do nazismo.
A polícia não informou se os suspeitos apresentaram advogados.
O grupo já era investigado por suspeita de envolvimento em um atentado contra um bar no Méier, em maio. Homens passaram e dispararam ao menos dez tiros contra o estabelecimento. Não houve feridos e a motivação do ataque é investigada.
Em publicações nas redes sociais, o perfil do motoclube afirma apoiar "a liberdade de um cidadão pai de família ter uma arma em casa", e que o clube é "patriota e nacionalista, conservador nos costumes, mas não politizado".
Barbosa e Perello foram abordados por agentes na segunda-feira. Eles conduziam uma motocicleta com placa adulterada e usavam coletes do motoclube. Com a dupla, os policiais encontraram revólver, munição e duas facas.
Horas depois, Lima, o diretor do motoclube, também foi preso. Dentro da sede do clube, no Méier, a polícia encontrou drogas. Segundo os agentes, elas eram comercializadas.
"Eles se organizavam para cometer crimes, ostentavam em seus coletes símbolos nazistas para intimidar as pessoas, que ficavam com medo de denunciá-los", afirma o delegado Felipe Santoro.
Lima já havia sido preso por crime de apologia do nazismo em 2013. Segundo a polícia, ele agrediu um homem por razões discriminatórias, em Niterói.
"Há pelo menos dez anos o acusado vem se dedicando à prática racista e discriminatória", diz Santoro.
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