SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O número oficial de pessoas mortas em confronto com as forças de segurança na Baixada Santista chegou a 16, segundo atualização da SSP (Secretaria da Segurança Pública) na manhã desta quarta-feira (2).

"Todas as ocorrências com morte durante a operação resultaram da ação dos criminosos que optam pelo confronto, colocando em risco tanto vítimas quanto os participantes da ação", afirma o órgão da gestão Tarcísio de Freitas.

O número é igual ao total de pessoas mortas por policiais militares em serviço no primeiro semestre deste ano em toda a região do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior) 6. A região engloba, além de Guarujá e Santos, Bertioga, Cubatão, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, São Vicente e mais 15 cidades do interior.

As mortes foram registradas desde o começo da operação Escudo realizada na Baixada Santista desencadeada após o assassinato do soldado da Rota.

A operação foi estendida para a cidade de Santos, onde uma cabo da Polícia Militar foi baleada com tiro de fuzil por três criminosos na manhã desta terça (1º). Conforme a SSP (Secretaria de Segurança Pública) ao menos dois suspeitos foram mortos durante confrontos na nova operação.

Logo após a PM ser atingida, os autores do ataque seguiram para o morro São Bento. Lá teriam trocado tiros com policiais. Um agente público foi baleado na perna e socorrido.

De acordo com a SSP, a operação que visa combater o tráfico de drogas e o crime organizado prendeu, até o momento, 58 suspeitos. Deste total, 38 foram presos em flagrante e 20 eram procurados da Justiça. Outros quatro adolescentes foram apreendidos por tráfico de drogas. Também foram apreendidos 385 quilos de drogas, além de 18 armas, entre pistolas e fuzis.

Segundo o governo, todas as mortes são investigadas pela Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Santos e pela PM por meio de Inquérito Policial Militar. As imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos em curso, diz a SSP, e ficarão disponíveis para Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu novamente nesta terça a megaoperação policial em andamento na Baixada Santista, iniciada em reação ao assassinato de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, força de elite da PM paulista) na semana passada.

"Não existe combate ao crime organizado sem efeito colateral ", disse o governador, negando excessos na ação da PM, que já deixou 14 mortos e se tornou a segunda mais letal da história da corporação ?atrás apenas do massacre do Carandiru, com 111 vítimas.

"O que nós temos de relato até agora, e isso será investigado, é que os policiais foram recebidos a bala e reagiram. Uma reação que nós não desejamos. Agora, se tiver confronto, vai ter reação. A polícia tá lá para isso. Ela não pode se acovardar", afirmou o governador, que um dia antes se disse "extremamente satisfeito" com o andamento da operação.

A atuação dos agentes de segurança será investigada pelo Ministério Público de São Paulo.


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