SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Não é difícil encontrar conteúdos sobre bem-estar nas redes sociais. Jovens mostrando suas rotinas de sono ou de skincare, nutricionistas dando dicas de receitas, pessoas compartilhando suas jornadas de meditação. Porém, para quem quer assistir a conteúdos mais aprofundados sobre o assunto, filmes e séries podem não ser tão fáceis de encontrar.
Ao menos foi isso que Bruno Wainer, fundador da Downtown Filmes, notou em sua jornada de autoconhecimento. Em 2020, durante a pandemia, o produtor passou por um processo de burnout e desgaste mental, que enfrentou com auxílio de terapia e, também, uma boa dose de filmes de impacto mental e social.
"Os conteúdos que eu estava consumindo ao longo do meu processo chegavam sempre de uma maneira obscura, não tinha legenda, não tinha tanta qualidade técnica", conta. Foi daí que se iniciou o desejo de criar um canal que organizasse esse tipo de conteúdo em uma plataforma que facilitasse o acesso aos interessados.
Assim surgiu Aquarius, plataforma de streaming lançada há pouco mais de um mês que reúne filmes, documentários e séries sobre ioga, meditação, sustentabilidade e meio ambiente, entre outros temas.
O investimento em conteúdos nessa temática no mercado do entretenimento ainda está nos primeiros passos, e a iniciativa de Wainer pode evidenciar qual de fato é o interesse do público no assunto.
Nas plataformas de streaming tradicionais, ainda há pouca variedade desse tipo de produção audiovisual, que muitas vezes fica escondido no catálogo, em meio a outras temáticas.
À reportagem, a maior parte das plataformas não informou investir em conteúdos sobre o assunto. Pela Globoplay, alguns exemplos citados são podcasts que têm interlocução com o bem-estar, além de títulos que reúnem profissionais e especialistas em reflexões sobre espiritualidade e autoconhecimento.
Fora do país, uma iniciativa semelhante à de Wainer é o streaming Gaia, que reúne documentários e também aulas de ioga e meditação. Contudo, Aquarius é um investimento pioneiro no ramo no Brasil.
"Fiz uma lista de primeiros filmes, contratei um agente internacional para achar esses filmes e ver se os direitos estavam disponíveis", relata Wainer, sobre o processo inicial de criação da plataforma, que foi lançada ao público em junho desse ano. Boa parte do conteúdo inicial estava disponível para compra dos direitos no Brasil, e assim se iniciou a curadoria.
Os próximos passos incluem diversificação do conteúdo disponibilizado e até mesmo o sonho da produção própria no futuro. "O trabalho de curadoria está se revelando um tesouro. Eu sou um grande consumidor da minha própria plataforma", diz o produtor.
A proposta é que a plataforma libere novos conteúdos todos os meses, mantendo a renovação constante do catálogo. Em agosto, por exemplo, serão incluídas na plataforma as séries documentais "Samadhi", sobre espiritualidade, e "Changing of the Gods", que traz uma abordagem histórica e cultural a partir da astrologia.
"Para mim, além do conteúdo de cada filme, um dado muito importante para a curadoria é que sejam filmes bons de ver", comenta Wainer. "Eu diria que é um hub de conhecimento por meio de filmes."
Por enquanto, a plataforma conta apenas com documentários, mas o produtor afirma que a equipe está aberta a incluir filmes de ficção que também se encaixem nas temáticas abordadas, por exemplo.
Mesmo após o lançamento, o projeto ainda está em construção e crescimento, na medida em que a equipe entende melhor a relação com o público e as novas possibilidades para a plataforma. Para Wainer, tem sido um período de intenso aprendizado. "O céu é o limite", afirma.
Aquarius pode ser acessada pelo aplicativo em celulares e tablets, e no computador pelo site da plataforma. A assinatura pode ser feita com o plano mensal, trimestral e anual, por preços que variam de R$ 27,90 a R$ 39,90 por mês.
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