SANTOS, SP (FOLHAPRESS) - O último homem procurado pelo ataque a dois policiais militares na manhã de terça-feira (1º) em Santos, no litoral paulista, é um dos chefes do tráfico de drogas na Baixada Santista e líder do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) na região.

Rogério Nascimento Nunes, 36, é conhecido pela alcunha de Assombrado e estava entre os quatro criminosos que chegaram em um Honda H-RV e surpreenderam os PMs com tiros de fuzil, atingindo a cabo Najara Fátima Gomes pelas costas. Segundo a polícia, Nunes é chefe do tráfico no morro do São Bento, para onde os criminosos fugiram logo após o ataque.

Assombrado foi identificado por investigadores como membro do PCC há cerca de dois anos. Em outubro de 2021, quando foram apreendidas munições de calibre restrito e drogas em sua casa, a polícia descobriu que ele tinha como função "determinar e traçar as diretrizes de conduta de todo integrante" do grupo criminosos e fazer cumprir determinações.

As responsabilidades incluíam julgar conflitos entre moradores do São Bento, ordenando soluções para problemas como "brigas de casal, ou desentendimentos familiares". Sua posição na hierarquia do PCC é a de "disciplina".

Rogério é irmão de Renato Nascimento Nunes, que chefiava o tráfico de drogas em Santos e foi preso há cerca de dez anos.

"No morro do São Bento, nada, absolutamente nada com relação a crimes acontece sem o aval, a concordância desse indivíduo", disse o delegado seccional de Santos, Rubens Eduardo Barazal.

Nunes já é procurado por ter participado na morte de um policial civil em agosto do ano passado. Em março deste ano, quando sua mulher foi flagrada com drogas, ele chegou a telefonar para um policial e ameaçá-lo de morte. Ele também tem indiciamentos por tráfico de drogas e associação ao tráfico.

Dois criminosos que participaram ao ataque à PM na terça-feira foram presos. Um deles foi visto correndo em uma rua do São Bento, entrou em um ônibus, o coletivo 194 sentido centro, e foi localizado pela polícia. Outro foi atendido no Hospital Municipal de São Vicente com um ferimento de arma de fogo na cabeça e acabou sendo encontrado.

Além deles, Douglas da Conceição Jacon, 24, foi morto pela polícia com um tiro na cabeça no morro do São Bento pouco depois do ataque aos PMs. Ao lado do corpo, havia uma arma com cano e cabo personalizados. A mesma arma aparece em um vídeo em que quatro pessoas exibem armas de fogo enquanto ouvem funk dentro de um carro ?a polícia acredita que tenha sido gravado horas antes do ataque.


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