SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil afirmou ter prendido na noite desta terça-feira (8), no centro de São Paulo, um africano suspeito de liderar a receptação de celulares roubados ou furtados na capital paulista.
De acordo com o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), com o guineense foram apreendidos 312 aparelhos. Destes, 64 estão associados a queixas de crimes.
A prisão foi feita por policiais da 1ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo e Latrocínio).
A polícia não informou se o suspeito tem defesa constituída.
Segundo o Deic, o envolvimento do guineense no esquema de receptação de celulares surgiu durante apurações de roubos nos quais as vítimas acabaram feridas com gravidade ou mortas.
"As prisões de autores de crimes e outros receptadores permitiu identificar [o suspeito preso] como o grande receptador desse tipo de mercadoria", disse a Polícia Civil, em nota.
De acordo com a departamento de investigações, os policiais chegaram até dois imóveis na rua dos Guaianases, na região da cracolândia, onde estavam montadas bases de operação do suspeito. A equipe cumpriu mandado de busca e apreensão nos dois locais.
O suspeito foi autuado por receptação qualificada, conforme o Deic.
Na nota, a polícia afirma que os agentes recolheram celulares em vários cômodos dos imóveis.
Os policiais encontraram uma estrutura de informática que possivelmente permitiria o desbloqueio dos aparelhos para acesso aos dados da vítima. "Essas informações poderiam ser repassadas para serem utilizadas em golpes", diz o Deic.
Outra finalidade era o envio dos aparelhos para outros países.
No no passado, o delegado Ânderson Honorato dos Santos afirmou à Folha, ao descobrir um esquema de roubo e furto de celulares na Bela Vista, também no centro, que os aparelhos costumavam ser entregues para africanos. Os aparelhos seriam levados levados para países da África.
Em julho, na região do viaduto Júlio de Mesquita Filho, também na Bela Vista, dois homens presos disseram a policiais que levavam de 5 a 10 aparelhos por dia de motoristas ou de passageiros de carros presos no congestionamento.
Para realizar o crime, eles quebravam vidros dos veículos e chegavam a agredir as vítimas.
Recentemente, a polícia passou a investigar a denúncia de que integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) que atuam na cracolândia, teriam proibido que usuários de drogas furtassem ou roubassem celulares nas proximidades do fluxo, como é chamada a aglomeração dos dependentes químicos.
O foco do veto era a avenida Rio Branco, local em que há uma grande concentração de usuários de crack, no cruzamento com a rua dos Gusmões.
A reportagem apurou que, com a proibição, a facção pretendia evitar ou reduzir as ações policiais na região.
No mês passado, motoristas, cobradores e passageiros de ônibus que transitam diariamente pela avenida Rio Branco relatam medo de passar pelo local devido a uma onda de furtos de celulares.
Segundo os condutores de ônibus ouvidos pela reportagem, os aparelhos são tomados por frestas nas janelas ou até mesmo pela quebra dos vidros.
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