Um grupo de 30 industriais brasileiros viajou para a África do Sul para participar de reuniões com empresários de outros países que compõem os Brics (grupo formado por Rússia, Índia e China, além do Brasil e África do Sul). Os encontros, do Conselho Empresarial dos Brics (Cebrics), estão sendo realizados em Joanesburgo até a próxima quarta-feira (23).

A China é um dos principais parceiros do Brasil, mas agora, outro foco dos empresários brasileiros é aproveitar oportunidades oferecidas pelos outros três países, principalmente, pela Índia.

“A Índia deverá apresentar um desenvolvimento e crescimento econômico bastante vigoroso nos próximos anos. Seria muito interessante que pudéssemos compartilhar desse crescimento e tivéssemos uma maior amplitude não só comercial como também de investimentos mútuos. Já temos muitas indústrias que estão localizadas dentro da Índia e, certamente, com esse novo nível de crescimento econômico deverão surgir muitas oportunidades”, afirmou o presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, em entrevista à Agência Brasil.

Alban lidera o grupo de empresários na África do Sul. Segundo ele, há oportunidades também a serem exploradas na Rússia e na África do Sul. “Com a Rússia, a gente tem muita sinergia quando a gente fala do agronegócio, na área de fertilizantes. Precisaríamos interagir um pouco mais para desenvolver novas tecnologias nessa área de fertilizantes. Em relação à África do Sul, existe uma longa estrada para o desenvolvimento econômico. É uma porta de entrada, que servirá de base para esse novo momento, que falamos no Brasil, de neoindustrialização, da indústria do amanhã”.

De acordo com o presidente da CNI, o Brasil precisa estar à frente na economia verde. “Nesse momento, que todos nós falamos de neoindustrialização, temos que aproveitar essa nova demanda do mundo. O mundo vai buscar uma economia verde e, dentro dessa economia verde, o mundo vai cobrar produtos manufaturados de origem sustentável. Podemos nos transformar num país de exportação de commodities de energia sustentável. Precisamos fazer a nossa descarbonização e sustentabilidade para nossas indústrias para, aí sim, sair na frente na colocação de produtos manufaturados efetivamente verdes”.

Alban ressalta que o diálogo e a interação com os Brics é fundamental, já que esses países somam 42% da população mundial (3,2 bilhões) e representam 25% do PIB mundial (US$ 25,8 trilhões). Além disso, esses países possuem abundantes recursos naturais, com grandes reservas de produtos como petróleo, gás natural, minério de ferro e água, além de milhões de hectares cultiváveis.

Novos membros

Para Alban, a possível expansão dos Brics também é uma oportunidade para os empresários brasileiros. Pelo menos 22 países demonstraram interesse em integrar o bloco de nações. Os atuais integrantes deverão discutir critérios e princípios para a entrada de novos membros.

Ele espera que esse aumento seja benéfico para a indústria brasileira. “Esperamos que essa seja uma ampliação onde nós possamos ter convergências de interesses, obviamente entre os cinco países nesse momento, e que possamos aproveitar as características inerentes às vantagens competitivas de cada um e acelerar onde nós somos convergentes. E poder nos antecipar em possíveis divergências, para poder mitigá-las o quanto antes”.

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Brics | CNI | comércio internacional | Economia


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