Terá início nesta sexta-feira (1º), às 10h, a 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que celebra 40 anos em 2023. Organizada pelo Sindicato Nacional de Livros (Snel) e pela GL Events Brasilienal, a bienal ficará aberta até o dia 10 deste mês, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.

O evento irá reunir 350 autores nacionais e estrangeiros. Nesta edição, não haverá um autor específico homenageado, mas várias seções que irão celebrar as obras de diversos escritores.

A expectativa é receber um público recorde, estimado em 600 mil pessoas. Na 19ª edição, realizada em dezembro de 2021, ainda com a pandemia da covid-19, o número de visitantes ultrapassou 300 mil.

Na solenidade de abertura, será entregue o Prêmio José Olympio de apoio ao livro, criado em 1983 e que recebeu o nome de José Olympio Pereira Filho em homenagem ao editor que foi um dos primeiros a prestigiar os autores nacionais. O próprio José Olympio abriu a série de premiações, ao receber o troféu, uma escultura em bronze com a figura de Dom Quixote, criada pelo escultor Mario Agostinelli, na data do seu aniversário (10 de dezembro) naquele ano. A partir da década de 1990, o enfoque da premiação passou a ser o reconhecimento a personalidades ou instituições que se destacam por ações de apoio ao livro e à leitura no país.

O presidente do Snel, Dante Cid, disse que a programação do evento foi pensada para atender público de todas as idades. “É um evento cultural completíssimo. E a gente está buscando torná-lo cada vez mais confortável e atraente para todas as faixas etárias”, afirmou à Agência Brasil.

Aniversário de 60 anos da Mônica

Um dos destaques é que a bienal será palco do aniversário de 60 anos da personagem Mônica, das histórias em quadrinho da Turma da Mônica. O público será convidado a cantar parabéns, além de uma sessão de autógrafos com Maurício de Sousa.

“A gente fica honrado pelo fato de o Maurício de Sousa ter escolhido a Bienal do Rio para celebrar também esse aniversário”, disse Dante Cid.

ABL de volta

A Academia Brasileira de Letras (ABL) volta à Bienal do Livro do Rio de Janeiro, após 26 anos, com um estande rico em inovação tecnológica e experiências interativas para os leitores.

Um holograma de Machado de Assis, primeiro presidente da Academia, receberá os visitantes. Os acadêmicos vão marcar presença em todos os dez dias do evento, a partir das 10h, como Ana Maria Machado e Ruy Castro.

O tradicional Chá das Quintas será reproduzido diariamente no estande. O anúncio da hora do chá será feito por um relógio que tocará às 15h, convidando o público a entrar no estande.

As crianças terão um espaço onde poderão escrever, desenhar, contar histórias e poesias. As peças se transformarão em pequenos frutos que serão pendurados em uma árvore e e passarão a compor a cenografia do espaço. Todos os pequenos receberão um certificado de participação, atestando sua primeira publicação editorial. Após a Bienal, a árvore será levada para compor o acervo da ABL.

O presidente da ABL, Merval Pereira, destacou que a presença da instituição na Bienal do Livro, depois de 26 anos, sinaliza que a Academia quer estar cada vez mais próxima das atividades culturais relevantes e, sobretudo, dos cidadãos e dos jovens. Lembrou que a ABL de Portas Abertas dá prosseguimento a recentes movimentos de levar a literatura e a cultura brasileiras ao maior número de pessoas.

Jogo de tabuleiro

Em um jogo de tabuleiro, o público vai conhecer como um livro é criado. “É um tabuleiro grande, de proporções 3D, que vai estar colocado no chão do estande do Snel. Ali, os visitantes vão aprendendo todo o processo para fazer um livro, desde a recepção dos originais, revisão, diagramação, como se coloca na gráfica. Enfim, toda etapa de produção do livro que o leitor não sabe como acontece, para ter aquele objeto maravilhoso na mão”, explica Raquel Menezes, editora da Oficina Raquel, que traz uma nova edição do game Se Joga no Livro, que integra o projeto Academia Editorial Júnior (AEJ).

O jogo de tabuleiro é coordenado por monitores treinados e todos os visitantes poderão participar.

 A ideia por trás do jogo é promover a interação com o público e, ao mesmo tempo, esclarecer como a cadeia produtiva do livro envolve muitas etapas e diversos profissionais, como autores, agentes literários, tradutores, ilustradores, preparadores, revisores, diagramadores, capistas, editores, distribuidores, divulgação e livreiros.

A editora da zona norte carioca especializada em temas como gênero, raça, LGBTQIA+ irá apresentar lançamentos e principais obras do catálogo da editora de uma forma diferente. “Estamos levando uma bike cheia de livros do nosso catálogo, que apontam para a diversidade, que é um tema que acreditamos ser essencial e é a nossa especialidade. E nossos livros vão ser comercializados na bike”, informou Raquel.

Poema a 100 mãos

A abertura da Bienal terá a leitura do poema composto pelo poeta Allan Dias Castro em parceria com cerca de 50 alunos do 9º ano da Escola Municipal Embaixador Barros Hurtado, em Cordovil, zona norte do Rio. A escola integra o projeto Bienal nas Escolas, que incentiva o hábito da leitura.

Em entrevista à Agência Brasil, Allan Dias Castro contou como foi a experiência. “Eu comecei dividindo um pouco da minha trajetória. Comentei com eles que eu me via muito ali. Foi daí que veio essa identificação. Falei que eu era aquele cara cheio de sonhos que não conseguia botar para fora. Então, foi um privilégio poder ouvi-los. O nosso objetivo ali era fazer um poema. A gente criou um processo juntos”.

O poema feito por ele e pelos estudantes se intitula “Verdadeiro realista”.

Espaços e loja 

O espaço infantil ocupará a maior área do Riocentro, com 600 metros quadrados, dividido por linguagem e forma de conteúdo. No novo espaço Palavra-Chave, está previsto um baile à fantasia.

No Estação Plural, o público vai encontrar transversalidades literárias. Um dos formatos vai ser o Páginas na Tela, que vai focar em livros que resultaram em adaptações para cinema, séries e novelas.

Esta edição terá 100% do conteúdo do Palavra-Chave e do Café Literário transmitidos pelos canais da Bienal nas redes sociais ou na página do evento no You tube.

Transporte

Outra novidade é uma loja de produtos oficiais, que terá vendas no evento e pela internet. A loja resultou de pedido dos seguidores do evento nas redes sociais, os autodenominados bienalers, que queriam lembranças da Bienal, como camisetas, por exemplo.

A prefeitura carioca elaborou um esquema especial com o BRT para levar o público ao evento. Os visitantes vão contar com um serviço de transfer oferecido pela Go2 Events para ir ao festival, com saídas para ida e volta diariamente do Riocentro. As viagens estão programadas para partir de hora em hora, com passagens no valor de R$ 60, incluindo ida e volta.

Haverá pontos de embarque em Botafogo e Copacabana, na zona sul; no Nova América, em Del Castilho, e na Tijuca, ambos bairros da zona norte; além do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste, e em Niterói, região metropolitana do Rio. Os interessados poderão entrar no site para obter mais detalhes.

Durante os dois finais de semana do evento e no feriado de 7 de setembro, quando é esperado um público maior, o BRT terá uma linha especial (SE010), das 9h às 21h, do Terminal Paulo da Portela, em Madureira, até o Terminal Recreio, com parada na estação Olof Palme, mais próxima à entrada da Bienal. Nos dias úteis, também haverá reforço de ônibus, que sairão a cada dez minutos, nas linhas 50 (Jardim Oceânico x Centro Olímpico), 51 (Recreio x Vila Militar) e 41 (Madureira x Recreio - Expresso), que também farão parada na estação Olof Palme.

O embarque para a Bienal do Livro Rio, partindo dos terminais Jardim Oceânico, Alvorada, Recreio, Paulo da Portela e Centro Olímpico, além da estação Morro do Outeiro, terá sinalização especial para o público que vai de BRT.

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