SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A caldeira de uma indústria metalúrgica explodiu na manhã desta sexta-feira (1º), em Cabreúva, interior de São Paulo, e atingiu dezenas de trabalhadores. Ao menos quatro pessoas morreram, segundo a prefeitura
Uma das vítimas morreu no local, no momento da explosão, e as outras depois de socorridas.
De acordo com o boletim da administração municipal, divulgado por volta das 17h desta sexta, ao menos 30 vítimas deram entrada na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) e na Santa Casa do município.
Das pessoas socorridas, sete estavam em estado grave e precisaram ser intubadas e transferidas para hospitais da região e da cidade de São Paulo.
Mais cedo, a Defesa Civil estadual havia informado que eram 12 feridos graves.
O impacto da explosão, que causou estrondo e muita fumaça, destruiu a metalúrgica, que fica na rua David Marcassa Lopes, no bairro Pinhal, zona rural do município.
Segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado), a empresa Tex Tarugos para Extrusão Ltda teve a sua licença de operação negada por não atender às exigências do órgão durante o processo de licenciamento ambiental.
A empresa, afirmou a Cetesb, foi multada duas vezes, em 15 de agosto deste ano, por funcionamento irregular e ampliação. Uma terceira multa provocaria a interdição, segundo apurou a reportagem.
A reportagem ligou três vezes para o telefone da empresa disponibilizado na internet, mas a ligação não completou.
Questionada sobre o alvará de funcionamento, a prefeitura não respondeu até a publicação deste texto.
Em suas redes sociais, a prefeitura informou que 14 pacientes estáveis foram transferidos para a Santa Casa e outros estavam em atendimento na UPA do Jacaré (distrito próximo).
O Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí, cidade vizinha a Cabreúva, confirmou a internação de dois homens e duas mulheres. Dos quatro pacientes, três estão em estado grave, sem previsão de alta.
A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que acionou a rede de saúde regional para suporte às vítimas.
Duas delas foram levadas para o Hospital de Clinicas da Unicamp e uma para o Hospital Estadual de Sumaré, de acordo com a Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas.
Campinas disponibilizou três leitos do seu Centro de Tratamento de Queimados, além de toda a rede de urgência e emergência, para a Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para o eventual encaminhamento de outras vítimas do acidente para a cidade.
Foram enviados ao local ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de São Paulo, Itupeva, Campinas, Jundiaí, Hortolândia, Pirapora do Bom Jesus e da concessionária AB Colinas, que administra a rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, principal ligação para a cidade.
Dois helicópteros da Polícia Militar ajudaram no socorro às vítimas. Funcionários da Secretaria Municipal de Saúde que estavam de folga foram chamados para auxiliar no atendimento aos feridos, disse a prefeitura.
As causas do acidente ainda estão sendo investigadas. Em vídeo nas redes sociais oficiais de Cabreúva, ao lado do prefeito Antonio Carlos Mangini (PSDB), o secretário municipal da Saúde, Maurício Pavan, afirmou que o laudo dos bombeiros sobre o acidente ainda é aguardado.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou a rede social X (antigo Twitter) para falar da explosão.
A Prefeitura de Cabreúva decretou luto oficial de três dias. Neste sábado (2), será disponibilizado plantão para atendimento psicológico a vítimas e familiares na UPA do Jacaré, das 9h às 11h.
Todos os eventos públicos programados para o fim de semana foram cancelados no município.
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