RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O juiz Yan Legay da 1ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro negou, nesta segunda (18), a prisão preventiva dos três agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) envolvidos na morte de Heloisa Santos Silva, 3. A prisão havia sido solicitada pela Procuradoria.

Heloisa morreu no sábado (16) após ficar nove dias internada. Ela foi baleada dentro do carro da família, na altura de Seropédica, na Baixada Fluminense. Em uma viatura da PRF estavam os agentes Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva.

Ferreira afirmou que fez três disparos de fuzil contra o veículo.

Na sua decisão, o juiz determinou que os agentes compareçam mensalmente à Justiça por meio do balcão virtual. Eles terão que usar, dentro de 48 horas, tornozeleiras eletrônicas e ficarão afastados das ruas, em função administrativa.

Além disso, o magistrado determinou o recolhimento domiciliar à noite e nos dias de folga, sendo autorizada a saída de suas residências somente para comparecer à repartição na qual estão lotados. Após o expediente, devem retornar para suas residências.

Em caso de consultas médicas e outros eventos excepcionais será necessário a autorização prévia da Justiça.

Os agentes também deverão entregar as armas e estão proibidos de se aproximar do carro onde estava a vítima, assim como de seus familiares.

A prisão havia sido solicitada pelo procurador Eduardo Benones. A Procuradoria ainda não se manifestou se irá recorrer da decisão.

Em seu pedido de prisão, Benones afirmou que 28 agentes da PRF estiveram no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde a menina estava internada após ser baleada em ação policial.

A informação foi dada por uma tia da vítima, em depoimento, e consta no pedido de prisão preventiva dos três policiais envolvidos no episódio. De acordo com a tia de Heloisa, os policiais ficaram "mexendo e vasculhando o carro" da família.

Em nota, a PRF afirma que "na noite da ocorrência, a central de operações despachou viaturas operacionais ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes para apoio, ante a comoção popular e possibilidade de agressão aos policiais envolvidos na ocorrência".

O procurador disse que a ação da PRF "demonstra uso indevido da força corporativa".


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