SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) pediu para o MP investigar os alunos de medicina na Unisa (Universidade Santo Amaro) que mostraram as partes íntimas durante uma partida de vôlei feminino de uma competição universitária, em maio.
A parlamentar disse que espaços de ensino têm "papel fundamental" na repressão a "comportamentos prejudiciais". "A misoginia não deve ter lugar em nenhum espaço acadêmico. Essa não nos parece ser, todavia, o entendimento dos estudantes ora acusados", afirmou Sâmia na representação enviada ao MP.
Atos de importunação sexual são formas graves de assédio que afetam desproporcionalmente as mulheres. Tais comportamentos são inaceitáveis e violam os direitos fundamentais de qualquer pessoa, incluindo o direito à integridade física e emocional, o direito à igualdade e o direito a um ambiente seguro. Deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP)
UNISA EXPULSOU OS ESTUDANTES
A instituição informou que a expulsão vale para todos os alunos "identificados até o momento", mas não divulgou quantos foram alvos da medida.
Em comunicado divulgado no Instagram, a universidade disse que a reitoria tomou conhecimento do caso, "contendo gravíssimas ocorrências envolvendo os alunos do seu curso de medicina", nesta manhã. As cenas repercutiram nas redes sociais no último final de semana, mas teriam ocorrido durante uma competição esportiva entre universidades, entre elas a Unisa, no mês de maio.
A Unisa comunicou que, mesmo que os fatos tenham ocorrido fora das dependências da instituição e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições esportivas, aplicou a medida "mais severa" prevista em regimento e decidiu expulsar nesta segunda-feira (18) todos os alunos identificados até o momento nos vídeos.
A instituição definiu os registros em que os estudantes aparecem nus como "atos execráveis" e informou que, "considerando ainda a gravidade dos fatos", também levou o caso às autoridades públicas.
A universidade ainda informou que está contribuindo com as demais investigações e providências cabíveis. A nota é assinada pelo reitor da instituição, o Prof. Dr. Eloi Francisco Rosa.
A Unisa, instituição com mais de 55 anos de história, repudia veementemente esse tipo de comportamento, completamente antagônico à sua história e aos seus valores. Nota da Unisa
ENTENDA O CASO
Em um dos vídeos, é possível ver cerca de 20 alunos da Unisa com as calças abaixadas e exibindo os órgãos sexuais masculinos, alguns deles cobertos pelas mãos, durante um jogo de vôlei feminino. Eles estavam na arquibancada acompanhando o evento.
Um outro vídeo deste mesmo grupo mostra o momento em que eles correm pelados pela quadra.
Um grupo com cerca de 15 alunos da São Camilo também foi filmado com as calças abaixadas exibindo as nádegas em direção à torcida rival.
A partida entre Unisa e São Camilo aconteceu no Calomed (competição entre calouros da faculdade de medicina), em maio, em São Carlos, no interior de São Paulo.
'NÃO HOUVE MASTURBAÇÃO'
O UOL ouviu alunos presentes na partida polêmica. Eles alegaram, sob condição de anonimato, que os homens não se masturbaram, como foi relatado em alguns posts das redes sociais.
Segundo os alunos, os homens estavam tapando os respectivos órgãos com as mãos e não teria ocorrido a masturbação coletiva.
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