PRESIDENTE PRUDENTE, SP (FOLHAPRESS) - Entre mais de uma dezena de coroas de flores que enchiam o saguão e sala onde Diego Bomfim será velado, na região central de Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo), parentes e amigos recordavam aos prantos as qualidades do ortopedista de 35 anos, um dos médicos assassinados a tiros no Rio de Janeiro na madrugada da última quinta-feira (5). O ataque deixou três mortos e um ferido.

Diego era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A família chegou ao velório por volta das 9h30. O corpo chegará ao aeroporto da cidade perto das 12h. O enterro está previsto para a manhã deste sábado, também no município do interior de São Paulo, onde Diego nasceu.

"Ele era só alegria, eu só estou recebendo elogios", disse a mãe Antônia Cavalcante de Souza, 62, enquanto era abraçada por familiares.

Em meio a uma série de relatos orgulhosos do médico, a irmã Dayane Bomfim, 36, relatou que a família também passou a ser alvo de notícias falsas e mensagens de ódio desde que a morte de Diego foi noticiada.

"Eu peço, se há um pingo de humanidade, não misturarem política, não façam comentários maldosos", disse Dayane. "Pelo amor de Deus, coloquem-se no lugar da minha família, não espalhem fake news."

A mãe de Diego também relatou que a família recebe constantes ameaças devido à atuação policial da filha deputada. "É muito ódio, as pessoas precisam voltar à realidade. Nós somos uma família simples, o Diego fez faculdade financiada pelo Fies [programa de financiamento do governo federal]", comentou Antônia.

Sâmia Bomfim é um dos principais nomes da bancada feminina na Câmara. Tornou-se vereadora em 2016 e, no meio do mandato, em 2018, foi eleita como deputada federal, sendo reeleita em 2022 com 226 mil votos.

Na quinta, a parlamentar fez um agradecimento público pelas mensagens de carinho que recebeu após o assassinato do irmão. Ela também pediu que as autoridades atuem com celeridade na investigação do caso.

"Eu e minha família agradecemos por todas as mensagens de solidariedade. Expresso também nossas condolências aos familiares de Marcos e Perseu. Meu irmão era um homem incrível, carinhoso, alegre, nosso orgulho. Que haja celeridade e seriedade na investigação. Estamos destroçados", escreveu nas suas redes sociais.

Diego estava no Rio para participar de um congresso internacional sobre cirurgia minimamente invasiva, com 300 profissionais brasileiros e de outros países. Era visto por amigos como um profissional em ascensão na carreira.

Ele foi alvejado enquanto estava com colegas em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste. Também morreram no ataque os médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, e Perseu Ribeiro Almeida, 33. Único sobrevivente, Daniel Sonnewend Proença, 32, está internado.


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