RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, afirmou nesta terça-feira (24) que o governo federal não pretende alterar o reforço na segurança planejado para o Rio de Janeiro após os ataques desta segunda (23) na zona oeste da capital.
Capelli afirmou considerar uma grave ameaça os incêndios a ônibus, trem e veículos particulares promovidos por milicianos. Contudo, disse ser cedo para alterar o planejamento e ressaltou que nem todos os homens da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal já chegaram ao estado.
"Estamos completando uma semana do início do nosso reforço aqui no Rio de Janeiro. Então é cedo para rever um planejamento que ainda está em curso. Primeiro precisamos executar o planejado. Não deu nem tempo de dar resultado, de executar o que foi planejado. Quando consolidarmos nossa presença, poderemos reavaliar", disse Capelli após encontro com delegados federais de todo o país.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou no dia 2 de outubro o envio 570 homens ao Rio de Janeiro (300 da Força Nacional de Segurança e 270 da Polícia Rodoviária Federal), além de 50 viaturas e 22 blindados.
Também está previsto o envio de agentes da Polícia Federal para reforçar o trabalho de inteligência e monitoramento das organizações criminosas. Todo o contingente deve chegar ao Rio até o fim da semana.
"Temos um planejamento e vamos seguir esse planejamento. Acreditamos no trabalho de inteligência para desbaratar essas organizações criminosas, essas facções. Descapitalizando [as facções], seguindo o dinheiro e bloqueando os bens dessas organizações. Fazendo apreensões de armas. Esse é o trabalho que a gente acredita. Não tem solução mágica, bala de prata", afirmou Capelli.
Criminosos incendiaram 35 ônibus, um trem e veículos de passeio após Matheus da Silva Rezende, também conhecido como Faustão ou Teteu, ser morto pela polícia numa operação na comunidade Três Pontes, nesta segunda. Ele era apontado como o número 2 na hierarquia e sobrinho do líder do chamado Bonde do Zinho, liderado pelo tio, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho.
" O que aconteceu ontem é gravíssimo e levamos em conta no planejamento que estamos construindo", acrescentou Capelli.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça disse não saber se a Polícia Federal foi ou não avisada sobre a operação para prender Faustão.
"Considero isso irrelevante. Não existe subordinação entre o governo federal e do estado. Assim como a PF faz operações próprias aqui no Rio sem avisar as forças estaduais de segurança, é absolutamente natural que as forças estaduais façam operações próprias. É uma relação de cooperação naquilo que se considera importante."
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