BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou, nesta terça-feira (31), homens que agridem mulheres, os que fazem guerra e aqueles que ferem o meio ambiente e disse que esses são uma parcela irraconal da humanidade.

"Não somos a parte inteligente do mundo animal e nem tampouco somos racionais. Porque o nosso comportamento e tudo o que a gente faz, do cuidado do clima, do cuidado do planeta ao cuidado da relação com as pessoas, com o ódio que está estabelecido nesse país, eu poderia dizer que aqui no Brasil uma boa parcela da humanidade se comporta de forma irracional", afirmou.

O presidente também disse que os que se comportam dessa forma se comportam como "animais". As declarações foram dadas em evento de sanção do projeto de lei que institui pensão especial aos órfãos de mulheres vítimas de feminicídio.

"Então é uma lei que eu sanciono ela com tristeza. Eu até nem gostaria que tivesse mulher aqui, tivesse só homem para a gente se perguntar o que leva um ser humano masculino ser tão baixo, ser tão rasteiro, ser tão canalha de agredir uma companheira", afirmou.

Lula também citou a guerra entre Israel e Palestina e a dificuldade para conseguir um acordo que caminhe em direção à paz na região -o Brasil tem liderado, na ONU (Organização Mundial das Nações Unidas), as negociações sobre o tema.

"Estamos vendo pela primeira vez uma guerra em que a maioria dos mortos são crianças, que ninguém tem responsabilidade, a gente não consegue fazer uma carta da ONU convencendo as pessoas que estão guerreando dizendo 'parem, pelo amor de deus, parem'", disse.

A cerimônia aconteceu no Palácio do Planalto e contou com a presença de ministras Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulher) e Nísia Trindade (Saúde), além da primeira-ministra Janja.

O governo Lula vem sendo criticado por preterir mulheres nas negociações políticas com o Centrão.

Até aqui, para alocar políticos de partidos como Republicanos e PP, além de agradar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foram demitidas Daniela Carneiro, do Turismo e Ana Moser, do Esporte, além da presidente da Caixa, Rita Serrano. Para o lugar de todos esses nomes, foram escolhidos homens.

O projeto de lei sancionado por Lula prevê o pagamento de uma pensão para órfãos de vítimas de feminicídio de um salário mínimo para os casos em que renda familiar mensal per capta seja de até 25% do mínimo.

A pensão será paga para crianças e adolescentes dentro das regras estabelecidas, mesmo que o feminicídio tenha ocorrido anteriormente à publicação da lei.


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