RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) anunciado pelo presidente Lula (PT) nesta quarta-feira (1º) para enfrentar a crise na segurança pública no Rio de Janeiro é o 20º do tipo no estado desde 1992, quando tanques ocuparam a capital fluminense para a realização da Eco-92, conferência da ONU para o meio ambiente.

Ao longo de 31 anos, a atuação das Forças Armadas se ampliou até o auge da intervenção federal na segurança pública, comandada pelo general Walter Braga Netto -que depois virou ministro de Jair Bolsonaro (PL).

As oito GLOs desde 2010 consumiram cerca de R$ 2 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Defesa.

O decreto de Lula vai limitar a atuação dos militares da Marinha e da Aeronáutica aos portos e aeroportos, na tentativa de asfixiar o envio de armas e drogas para as facções criminosas. O decreto prevê também a atuação no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo.

O presidente afirmou na semana passada que não pretendia mais ver as "Forças Armadas na favela brigando com bandido". É uma mudança em relação às GLOs que o presidente decretou em seus primeiros mandatos, bem como a sua sucessora, Dilma Rousseff (PT).

A sensação de segurança durante o policiamento na Eco-92 fez com que, dois anos depois, o Exército praticamente tomasse conta da segurança pública do estado na chamada Operação Rio. Os militares deixaram o comando no ano seguinte, aos poucos e sem alarde, após sucessivas crises.

Os militares foram usados também numa série de encontros internacionais, como reuniões de chefe de Estado, e de eventos esportivos, sendo o primeiro deles os Jogos Pan-Americanos de 2007.

Em 2008, os militares participaram da Operação Guanabara, para garantir segurança nas eleições. Durante a atuação, até a banda de Fuzileiros Navais foi usada, durante uma apresentação na Vila Cruzeiro.

O Exército, ausente da atual GLO, também já participou até de obras do programa Cimento Social na favela da Providência, no centro do Rio de Janeiro. A ação ficou marcada pelo crime de militares que entregaram jovens da comunidade a traficantes de outro local, de uma facção rival da que atuava na Providência. Eles foram mortos.

Os militares também atuaram na ocupação de favelas em apoio ao programa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Eles participaram por dois anos do policiamento do Complexo do Alemão e um ano na Maré. A ação desgastou os militares e ficou marcada pelos tiroteios e mortes por bala perdida.

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