SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mais de 110 horas após um temporal com ventos acima de 100 km/h atingir o estado de São Paulo cerca de 14 mil imóveis continuam sem energia elétrica na região metropolitana da capital. O balanço foi informado pelo diretor-presidente da concessionária de energia elétrica na cidade, Max Xavier Lins, em entrevista ao jornal Bom Dia SP, da TV Globo, na manhã desta quarta-feira (8).

O apagão começou no meio da tarde da última sexta (3), o que implica dizer que ainda há milhares de pessoas sem luz há quase cinco dias. Lins disse que espera zerar o número de interrupções do serviço até o fim da tarde.

O número leva em conta apenas os clientes que tiveram o fornecimento de energia afetado pela tempestade. Outros domicílios, porém, tiveram quedas de energia posteriormente.

Em balanço divulgado na noite de terça-feira (7), a Enel informou que havia 107 mil endereços sem fornecimento de energia há mais de 24 horas. O diretor-presidente não informou, na entrevista, qual é o número total de pessoas sem energia na região metropolitana, considerando aqueles que tiveram cortes desde sábado.

"Todas as ordens de serviço [referentes aos clientes sem energia desde sexta] estão endereçadas. Se não houver nenhum óbice de algum objeto maior na rede, alguma árvore, a gente acredita que ao longo da manhã ou da tarde a gente deve fechar esses 14 mil", disse Lins ao jornal.

A falta de energia provocou uma série de protestos na capital paulista e em Cotia, na grande São Paulo. Na manhã desta sexta-feira, moradores de Sapopemba faziam um protesto pela volta da energia na avenida Custódio de Sá e Faria, segundo a Polícia Militar.

O executivo da Enel informou que a companhia suspendeu os cortes de energia devido a falta de pagamento na região afetada pelo temporal.

No total, o apagão tingiu 2,1 milhões de clientes da Enel em 24 cidades da região metropolitana.

Em todo o estado, o número de domicílios afetados em algum momento após a chuva chegou a 4,2 milhões.

Desde o fim de semana, a empresa tem dito que iria normalizar o fornecimento de energia "para quase a totalidade dos clientes até esta terça" ?segundo a concessionária, 3.000 técnicos trabalham na recuperação da rede.

Nesta segunda-feira, uma reunião entre o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, representantes das distribuidoras de energia e do Executivo paulistano foi marcada para "discutir ações futuras e medidas preventivas para deixar a rede de distribuição menos vulnerável aos eventos climáticos".

Após a reunião, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a atuação da Enel na gestão da crise, destacando que prestadores de serviços em outras regiões do estado já tinham restabelecido até 100% da energia aos seus clientes no sábado (4), enquanto a distribuidora que atua na capital ainda não tinha religado a luz para cerca de 300 mil domicílios até a noite de segunda.

O Procon-SP está notificando as empresas distribuidoras de energia elétrica das cidades de São Paulo, região metropolitana e da Baixada Santista para que expliquem de forma detalhada os problemas e as providências tomadas com relação ao apagão.


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