A Arábia Saudita e outros países muçulmanos pediram neste sábado (11) o fim imediato das operações militares na Faixa de Gaza, declarando em um encontro de cúpula de nações islâmicas, em Riad, que Israel tem responsabilidade nos “crimes” cometidos contra os palestinos.
O príncipe Mohammed bin Salman, líder de fato da Arábia Saudita, reuniu líderes árabes e muçulmanos para o encontro, em um momento no qual o país tenta exercer sua influência para pressionar os Estados Unidos e Israel a encerrarem as hostilidades na Faixa de Gaza.
Dezenas de líderes, incluindo o presidente iraniano, Ebrahim Raisi; seu colega turco, Tayyip Erdogan; o xeque Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Catar; e o presidente sírio, Bashar al-Assad, que foi readmitido na Liga Árabe neste ano, participaram da reunião.
O príncipe Mohammed afirmou que a Arábia Saudita afirma “sua condenação e rejeição categórica dessa guerra bárbara contra nossos irmãos da Palestina”.
“Estamos enfrentando uma catástrofe humanitária que prova o fracasso do Conselho de Segurança e da comunidade internacional de pôr um fim a flagrantes violações das leis internacionais por parte dos israelenses”, disse.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou que o seu povo está enfrentando uma “guerra genocida” e pediu que EUA e Israel encerrem as “agressões”.
Raisi saudou o grupo palestino Hamas por sua guerra contra Israel e pediu que os países islâmicos imponham sanções de petróleo e outros bens contra Israel.
O Oriente Médio enfrenta grandes tensões desde que combatentes do Hamas invadiram Israel no dia 7 de outubro e mataram 1.200 pessoas. Desde então, os israelenses intensificaram seus ataques contra a Faixa de Gaza, onde 11.078 pessoas morreram até a sexta-feira, 40% delas crianças, de acordo com autoridades palestinas.
Conferência de paz
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, também disse hoje que uma conferência internacional de paz deve ser convocada para encontrar uma solução permanente para o conflito entre Israel e os palestinos.
Erdogan estava discursando em uma cúpula conjunta islâmico-árabe na capital da Arábia Saudita, Riad, onde líderes se reuniram para instar Israel a encerrar as hostilidades em Gaza.
"Israel está se vingando de bebês, crianças e mulheres de Gaza", disse Erdogan, renovando seu apelo por um cessar-fogo imediato. "O que é urgente em Gaza não são pausas de algumas horas, mas sim um cessar-fogo permanente."
Críticas
A Turquia, que intensificou drasticamente suas críticas a Israel à medida que a crise humanitária em Gaza escalou, apoia uma solução de dois Estados e hospeda membros do Hamas, que não considera uma organização terrorista, ao contrário dos Estados Unidos, do Reino Unido e de outros países do Ocidente.
"Não podemos colocar os resistentes do Hamas que defendem sua terra natal na mesma categoria dos ocupantes", disse Erdogan.
Uma solução permanente para o conflito entre Israel e os palestinos depende da formação de um Estado palestino com base nas fronteiras de 1967, disse Erdogan.
"Acreditamos que uma conferência internacional de paz fornecerá a base mais adequada para isso. Estamos prontos para fazer os esforços necessários, inclusive como garantidores, para preservar a paz a ser estabelecida nesse contexto", disse ele.
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