PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O médico Leandro Boldrini deixou de usar tornozeleira eletrônica e voltou a cumprir sua pena, atualmente em regime semiaberto, em um presídio de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul.

Boldrini é pai de Bernardo Boldrini, assassinado em 2014 no município de Três Passos, aos 11 anos, após receber um sedativo da madrasta Graciele Ugulini. O corpo do menino foi encontrado dez dias depois, enterrado em um matagal em um município vizinho.

Em 23 de março, Boldrini, que havia tido seu júri anterior anulado, foi condenado a 31 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica.

Porém, por estar preso desde 2014, por ter trabalhado enquanto esteve preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas e por já ter cumprido dois quintos da pena, ele alcançou o direito à progressão para o regime semiaberto.

Desde julho, o médico vinha cumprindo pena fora da cadeia e com uso de tornozeleira eletrônica ?em razão da falta de vagas no regime semiaberto na região metropolitana de Porto Alegre. Porém, em setembro passado, Boldrini se mudou para Santa Maria e o seu processo foi redistribuído a uma vara local.

A decisão de 7 de novembro, da 3ª Câmara Criminal, ocorreu respondendo a um pedido do Ministério Público. O órgão pediu também que fosse reconsiderada a progressão de regime de Boldrini, mas não foi atendido.

Conforme o advogado de Boldrini, Ezequiel Vetoretti, a decisão já era esperada pelo seu cliente, que se apresentou espontaneamente ao Presídio Regional de Santa Maria para a retirada do equipamento e cumprimento do restante da pena. Vetoretti diz que Boldrini fora alertado de que provavelmente voltaria a cumprir pena em uma penitenciária caso se mudasse para a região, mas que o fez conscientemente.

No momento, Boldrini não tem emprego, o que o obriga a permanecer no presídio ao longo de todo o dia. Caso passe a trabalhar, ele poderá sair da penitenciária para tal. Segundo o advogado, a intenção do médico é restabelecer-se no município. Bernardo e sua mãe, Odilaine Uglione, morta em 2010, estão sepultados na cidade.

Dos quatro condenados pelo caso do menino Bernardo, somente a madrasta Graciele, então casada com Boldrini, segue presa em regime fechado. Condenada em 2019 a 34 anos e 7 meses de prisão, ela teria direito a ingressar no regime semiaberto em 2026.

Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele que a auxiliou no crime, foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão, está em regime semiaberto desde 6 de maio de 2022. Irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por supostamente ter auxiliado Edelvânia a fazer a cova para Bernardo. Ele sempre negou envolvimento no caso e está em liberdade condicional desde 2019.


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