RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Pelo menos três pessoas morreram em razão dos impactos das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias, segundo informações divulgadas neste domingo (19) pelo governo estadual.
Temporais voltaram a provocar enchentes e desabamentos em diferentes municípios gaúchos no final de semana, menos de três meses após as enxurradas que devastaram o Vale do Taquari no início de setembro.
Uma morte foi confirmada neste domingo em Vila Flores (a 185 km de Porto Alegre), na serra. Segundo a Defesa Civil, a vítima foi um homem que teve o carro arrastado pela correnteza.
No sábado (18), o governo estadual havia confirmado outras duas mortes em Gramado (a 104 km de Porto Alegre), também na serra.
Conforme a prefeitura do município, tradicional destino de turismo, Elisabeta Maria Benisch Ponath, 51, e Lidowina Lehnen, 86, morreram soterradas após o desabamento da casa onde viviam.
Em Coqueiros do Sul (a 315 km de Porto Alegre), no norte do estado, bombeiros localizaram na madrugada deste domingo o corpo de uma mulher. A vítima estava em um carro que caiu na água ao tentar entrar em uma ponte.
A Defesa Civil, contudo, considera o caso como acidente de trânsito, e não como reflexo do clima adverso. Até o final da manhã, duas pessoas seguiam desaparecidas em razão dessa ocorrência, segundo os bombeiros.
NOVOS ESTRAGOS NO VALE DO TAQUARI
O Vale do Taquari, alvo das fortes enxurradas do início de setembro, também contabiliza estragos neste final de semana. Cidades como Muçum (a 156 km de Porto Alegre) e Roca Sales (a 141 km da capital), bastante afetadas há menos de três meses, voltaram a ser prejudicadas pelas inundações.
"Agora estamos enfrentando o que é por registro a segunda maior enchente da nossa história, perdendo somente para aquele episódio de 4 de setembro. Precisamos de ajuda", afirmou neste domingo o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, em vídeo divulgado pela administração municipal.
As chuvas afetaram serviços essenciais, incluindo fornecimento de água, energia elétrica e sinal de telefonia na cidade. Não havia registro de mortes ou desaparecidos.
Trojan disse que Muçum precisa de doações de itens como água, alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza. Roupas não fazem parte da lista de prioridades no momento.
Na tarde de sábado, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que o Vale do Taquari poderia ter uma enchente "semelhante" à registrada há menos de três meses. Isso, segundo Leite, significaria elevação rápida dos níveis do rio, mas sem a mesma força das enxurradas que destruíram municípios em setembro.
Ele pediu para que a população em áreas de risco deixasse suas casas. "É um momento de cuidar da vida de todos. Depois, a gente vai ter todo o cuidado para restabelecer, reorganizar e recuperar aquilo que eventualmente tenha sido atingido", disse o governador.
Até a noite de sábado, 38 municípios gaúchos informaram o registro de inundações, deslizamentos e outras ocorrências associadas a chuvas, segundo balanço da Defesa Civil.
De acordo com o órgão, os temporais deixaram pelo menos 399 pessoas desabrigadas e 1.665 desalojadas, o que correspondia a um total de 2.064 fora de casa, até a noite de sábado. Os números não haviam sido atualizados até o fim da tarde deste domingo.
SC TAMBÉM TEM ESTRAGOS
Fortes chuvas também castigaram Santa Catarina. O estado tem 67 municípios em situação de emergência desde a terça-feira (14), disse o governo catarinense.
A região oeste continua sendo a mais impactada. O balanço do governo estadual apontou três mortes devido aos impactos das chuvas.
As vítimas foram duas mulheres no município de Taió (a 249 km de Florianópolis), na quinta (16), e um homem em Palmitos (a 617 km da capital), na noite de sexta (17).
Um homem está desaparecido desde a noite de sexta em Praia Grande (a 286 km de Florianópolis).
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