RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), decidiu nesta segunda-feira (27) recriar a Secretaria de Segurança e escolheu para comandá-la um delegado da Polícia Federal exonerado do cargo após os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.

O delegado federal Victor Cesar Carvalho dos Santos foi escolhido por Castro para assumir a pasta extinta em 2019 pelo ex-governador Wilson Witzel. O fim do órgão foi alvo de críticas de especialistas, que viam um vácuo na formulação de políticas públicas para a área.

Com a decisão, as polícias Civil e Militar deixarão de ser secretarias e passarão a estar subordinadas à nova estrutura. Caberá ao futuro secretário a interlocução com o Ministério da Justiça para as ações coordenadas das forças de segurança no estado. O governo federal solicitou a Castro a criação do cargo, para centralizar o diálogo sobre o tema.

"Estamos recriando a Secretaria de Segurança Pública no nosso estado para fortalecer as ações de segurança das nossas polícias. Como uma das primeiras ações da pasta, determinei ao novo secretário, Victor César dos Santos, a criação de um plano de segurança que integre ainda mais as nossas forças. Também vamos investir em uma corregedoria unificada para trazer ainda mais rigor às investigações", escreveu o governador em sua conta no X (antigo Twitter).

O último cargo de Santos na PF foi como Superintendente no Distrito Federal. Ele foi exonerado do posto em 9 de janeiro deste ano, um dia após os atos golpistas na capital federal. O delegado foi retirado após sugerir que os golpistas detidos em flagrante fossem transferidos para prisão domiciliar.

A decisão pela demissão partiu, principalmente, do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, que atualmente tem centralizado as conversas sobre o apoio federal ao Rio de Janeiro. O seu papel, porém, está indefinido com a indicação do ministro Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Santos atuou em diferentes delegacias na PF no Rio de Janeiro. Trabalhou por oito anos, em dois períodos, na DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) e também participou do planejamento de segurança de grandes eventos na cidade entre 2011 e 2013, entre eles a Jornada Mundial da Juventude e a Rio+20.


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