SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia australiana suspeita que a brasileira Catiúscia Machado, achada morta em uma banheira na Austrália, tenha levado um soco do namorado e batido a cabeça no assoalho do banheiro antes de falecer.

As autoridades locais informaram que a brasileira, de 43 anos, e o namorado, identificado como Diogo de Oliveira, teriam brigado na noite de sexta-feira (24) enquanto a professora se preparava para tomar banho.

Durante a confusão, o homem teria dado um soco em Catiúscia, que caiu e bateu a cabeça no assoalho do banheiro. O corpo da vítima só foi encontrado na noite de sábado (25), dentro de uma banheira com pacotes de comida congelada, após Diogo ter ligado para um amigo para falar sobre o episódio e o colega ter acionado a polícia.

Diogo, de 40 anos, foi preso e acusado de homicídio relacionado a violência doméstica. O homem compareceu ao Tribunal local de Burwood, onde sua defesa não pediu liberdade sob o pagamento de fiança, segundo o site australiano News Au. O suspeito deve passar por julgamento em janeiro. A defesa de Diogo não foi encontrada e nem se posicionou à imprensa local. O espaço segue aberto para manifestação.

O exame de necropsia no corpo de Catiúscia estava previsto para ser realizado ainda esta semana. A família pretende fazer o traslado do corpo para o Brasil.

PROFESSORA QUERIA VOLTAR AO BRASIL, DIZ MÃE

Eliaide Machado, mãe da professora, afirmou à TV Vitória (afiliada da Record TV) que sempre foi contra o relacionamento da filha com o homem e acredita que a docente bancava o rapaz financeiramente. Apesar das suspeitas, Catiúscia nunca relatou que estava em um relacionamento abusivo ou infeliz.

Antes de ser morta, a professora ainda teria dito a mãe que voltaria ao Brasil, assim que terminasse um curso no país. Ela também relatou que Diogo teria conseguido um visto para morar nos Estados Unidos, mas não o acompanharia na mudança.

"Eu tenho quase certeza que ele [Diogo] ouviu ela falando sobre isso [volta ao Brasil], não gostou e isso teria motivado as brigas, porque ela não queria mais ir com ele, ela queria voltar pro Brasil", disse Eliaide.

VÍTIMA VIVIA NA AUSTRÁLIA DESDE 2022

Catiúscia Machado era professora e tinha especialização em psicopedagogia clínica e institucional. A mãe dela contou que ela e o suspeito se conheceram há mais de um ano, no Espírito Santo. Eles se mudaram para a Austrália juntos, em março de 2022, lembrou a mãe à Rádio Gaúcha.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Sydney, afirmou que permanece à disposição para prestar assistência consular aos familiares da nacional brasileira.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 - Central de Atendimento à Mulher - e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.


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